“Será que vai chover?”
Quem trabalhou no Globo Online no fim da década de 90 certamente lembra deste bordão. Sabíamos, todos nós, que a internet já era um dos melhores veículos de comunicação para troca de informações sobre as condições da cidade durante os temporais que fechavam o verão no Rio. E o “Plantão de chuva” do Globo on, uma referência. Chuvas fortes eram a oportunidade de pôr no ar um baita serviço de utilidade pública e garantir aumento de audiência!
O tempo passou, a Web evoluiu, e o hábito de trocar informações com os amigos sobre alagamentos, condições de trânsito, apagões, etc, migrou para o Twitter. As referências passaram a ser o @LeiSecaRJ, as contas dos veículos de comunicação locais e as dos governos estadual e municipal, especialmente @SMSDC_Rio e @@RioDefesaCivil.
O fenômeno é universal. Foi assim no terremoto e tsunami do Japão. Está sendo assim agora, neste momento, com o Furacão Sandy, na costa leste dos Estados Unidos. Habitantes, veículos de comunicação e agências governamentais estão recorrendo às redes sociais para transmitir informações e mensagens pessoais.
A Federal Emergency Management Agency (FEMA), por exemplo, usa o Twitter e o Twitpics para fazer recomendações sobre como preparar as pessoas e até os animais de estimação. “As linhas telefônicas podem ficar congestionadas após o # Sandy. Informe os seus entes queridos, que você está bem, enviando um texto ou atualizando as suas páginas nas redes sociais”, “tuitou” a FEMA esta segunda-feira, considerando que as infraestruturas de comunicação de dados e energia permanecerão
Os serviços noticiosos, as companhias aéreas e agências governamentais também estão usando as redes sociais para obter e disseminar informações sobre a tempestade. Com mais de 10 mil voos cancelados em todo o país, as companhias aéreas, incluindo a US Airways e a American Airlines procuram manter os passageiros atualizados.
Os usuários em geral também têm publicado mensagens no Twitter, no Facebook e no Google +, procurando assegurar aos amigos e familiares que estão bem, publicando fotos e vídeos das providências tomadas para enfrentar a intempérie, e também das condições meteorológica das ondas gigantes a invadirem a praia, as ruas e ou até sobre as prateleiras vazias das lojas de supermercados.
Uma grande quantidade de tráfego no Twitter está centrado no tema do furacão. Palavras e frases como FEMA, Nova Jersey e Brooklyn aparecem na lista de Top Trends da rede. As previsões são as de que Nova Jersey e Brooklyn sofram o impacto direto do furacão.

O Facebook criou uma comunidade sobre o furacão, com mais de 39 mil “likes“. E o Google disponibilizou um mapa interativo que acompanha o progresso do furacão Sandy. Oferece também informações sobre as tempestades, as previsões e onde encontrar abrigos de emergência.

Já o Twitter preparou uma lista de contas a seguir em cada uma das localidades atingidas. Caso a internet fica fora do ar, é possível receber tweets via SMS. Mesmo que o usuário não tenha uma conta no Twitter, pode receber tweets de qualquer outro usuário diretamente em seu dispositivo móvel. Basta enviar a mensagem “seguir [nome do usuário] para o número 40404 se você estiver nos EUA. Para seguir a FEMA, por exemplo, o texto é “seguir fema”. O serviço funciona nos Estados Unidos inteiro. Além disso, a página #Sandy concentra todos os tweets sobre a passagem do furacão.
A Cruz Vermelha Americana está divulgando uma aplicação chamada “Furacão” concebida para ajudar os usuários a informar amigos e familiares, enviando simultaneamente mensagens para o Facebook, o Twitter, SMS e e-mail. A aplicação também disponibiliza a localização de abrigos, listas de verificação de planos de emergência e alertas baseados em localização.
“As redes sociais tornaram-se o método mais rápido de disseminar informações para um grande número de pessoas”, afirma Zeus Kerravala, analista da Research ZK. “Para muitas pessoas, tornou-se o padrão de fato para comunicação durante eventos deste tipo”. Concordo inteiramente.
Alison Brooker, colunista da Social Media Today, chegou a preparar algumas dicas sobre como empresas podem usar a mídia social para se comunicar durante um furacão. Aqui vão elas…
1 – Esteja preparado e ser pró-ativo – Antes de um furacão, tenha certeza que seus seguidores sabem que podem segui-lo em seus canais de mídia social para receberem atualizações e informações precisas. Igualmente importante, certifique-se de que você tem um plano para cada canal de mídia social que planeja utilizar durante uma situação de emergência.
2 – Dois é melhor do que um – Trabalhe em equipe com seu pessoal de TI e gestão de crises e certifique-se esforços sejam coordenados entre as equipes para garantir a eficiência.
3 – Forneça atualizações regulares e consistentes em suas contas de mídia social – Certifique-se de que você está fornecendo a mesma mensagem (embora em um formato ligeiramente diferente) em cada canal para que você não deixe seus seguidores confusos.
4 – As atualizações devem ser atraentes e informativas – Tente evitar mensagens invocando emoção ou mensagens que são irrelevantes ou insensíveis à crise atual – o furacão.
5 – Não crie pânico – As mídias sociais devem ser usadas como uma ferramenta para comunicação com os clientes durante a crise, mas certifique-se de que você compartilha informações precisas. Não crie pânico por compartilhar detalhes imprecisos ou mensagens de posicionamento que não aparecem confiáveis. Mantenha a calma, e ajude a sua comunidade social a fazer o mesmo.
6 – Encoraje os seguidores a compartilharem a sua mensagem - Seus fiéis seguidores e comunidade de mídia social podem ajudar a ser os seus melhores defensores durante uma crise, assim comece a incentivá-los a compartilhar suas mensagens no Twitter, Facebook, YouTube e outros canas de relacionamento.
Fonte: IdgNow