Como sugeriam os rumores, a Adobe informou nesta quarta-feira, 9/11, que encerrará o desenvolvimento do Flash Player para navegadores em aparelhos móveis e vai focar seus esforços no HTML5, de acordo com informações publicadas no blog oficial da empresa.
No texto, a companhia afirma que a mudança permitirá um aumento de investimentos no HTML5, que define como ?a melhor solução para aparelhos móveis?, e inovar com o Flash onde ele mais pode ter impacto na indústria: games e vídeos mais complexos. ?Nosso trabalho futuro com Flash em aparelhos móveis será focado em habilitar os desenvolvedores para condicionar apps nativos com o Adobe AIR para as maiores app stores do mercado?, afirma a companhia no comunicado.
?Não vamos mais adaptar o Flash Player para aparelhos móveis para novos navegadores, versões de sistema ou configurações de aparelho. Nós vamos obviamente continuar a suportar as configurações atuais de aparelhos com soluções de bugs críticos e atualizações de segurança. E também vamos permitir que nossos licenciadores de código fonte continuem trabalhando e lançando suas próprias implementações.?
No final do comunicado, a Adobe confirma que já trabalha no desenvolvimento do Flash Player 12 e se diz ?super animada com as próximas gerações do HTML5 e do Flash?.
Vale lembrar que o ex-CEO da Apple, Steve Jobs, sempre foi contra a presença do Flash em aparelhos móveis, vetando o formato desde o início no iPhone, iPad e iPod Touch.
Reestruturação e demissões
Também hoje a Adobe anunciou a demissão de 750 funcionários e a redução dos seus investimentos em softwares para empresas como parte de um plano mais amplo para alcançar mercados de rápido crescimento para produtos de mídia e marketing digital. E baixou sua previsão de ganhos para o trimestre atual.
As mudanças fazem parte de um plano de reestruturação criado para aumentar o foco da Adobe no que ela chama de ?categorias de crescimento explosivo? de mídia digital e marketing digital. A companhia mira esses mercados com ferramentas para criação e distribuição de conteúdo, e para medir resultados de campanhas de marketing digital.
?Para aumentar o registro de Marketing Digital, que é reconhecido como fonte recorrente de lucro, a companhia vai reduzir seus investimentos, e ganhos esperados com licenças, em determinadas linhas de produtos de solução corporativa?, afirmou em um comunicado.
Seus produtos corporativos incluem o Adobe Connect e o Adobe LiveCycle, assim como um software de gerenciamento de conteúdo na web que adquiriu no ano passado, ao comprar a empresa Day Software. A categoria não inclui os produtos Acrobat, que fazem parte da divisão Knowledge Worker, da Adobe.
Os produtos corporativos geraram menos de 10% dos rendimentos da Adobe no último trimestre, muito menos do que suas divisões de criação de conteúdo e mídia digital.
As demissões serão feitas primeiramente na Europa e na América do Norte, segundo a Adobe. A companhia tinha 9.100 funcionários no final do ano passado, fazendo com que os cortes representem 8% de seu staff total.
As ações da companhia chegaram a cair quase 11 por cento, depois dos anúncios, durante um encontro com analistas financeiros em Nova York, EUA.
Fonte: CIO