A NASA LANÇA DUAS NAVES NÃO TRIPULADAS PARA ESTUDAR O INTERIOR DA LUA
9/12/2011
A agência espacial americana Nasa lançou neste sábado duas naves não tripuladas para estudar o centro da Lua e revelar como nosso satélite se formou há 4 bilhões e 500 milhões de anos.
"Foram lançadas do (foguete) Delta II, como parte da missão GRAIL (sigla em inglês de Recuperação da Gravidade e Laboratório Interior) para estudar o centro da Lua", disse o comentarista da Nasa George Diller, ao confirmar o lançamento, da base da Força Aérea de Cabo Cañaveral, Flórida.
Com um custo de 500 milhões de dólares, as naves espaciais não tripuladas terão o objetivo de orbitar a Lua para medir seu campo gravitacional e elaborar um mapa do interior do satélite da terra.
Fortes ventos obrigaram o adiamento da primeira tentativa de lançamento na quinta-feira.
Os cientistas esperam da missão GRAIL resposta a algumas incógnitas sobre o lado escuro da Lua, que os humanos jamais exploraram, e dados sobre como foram formados os outros planetas rochosos, como a Terra, Vênus, Marte e Mercúrio.
Segundo o previsto, as naves gêmeas alcançarão a órbita polar da Lua no final do ano e vão girar em torno do satélite terrestre durante três meses.
Essa missão integra o programa Discovery da Nasa, que já lançou dez naves desde 1992 para estudar o Sistema Solar.
A Lua é estudada desde o alvorecer da Era Espacial, em 1959, com um total de 109 missões de vários tipos.
Doze pessoas pisaram na superfície lunar e 382 kg de rochas e amostras do solo foram trazidas à Terra para serem estudadas.
Além disso, três satélites científicos estão atualmente orbitando a Lua.
Os cientistas acreditam que a Lua se formou quando um objeto do tamanho de um planeta se chocou com a Terra, jogando uma quantidade de material ao espaço que eventualmente se converteu no que agora é o desolado satélite terrestre.
No entanto, no mês passado, um estudo publicado pela revista Nature lançou novas perguntas sobre as origens da Lua.
Uma nova análise dos isótopos de chumbo e neodímio, achados nas amostras de rochas de magma, mostrou que a Lua tem 4,36 bilhões de anos, o que significa que seria 200 milhões de anos mais nova do que se acreditava.
O estudo sugeriu que as crostas mais antigas da Terra e da Lua se formaram mais ou menos ao mesmo tempo, logo depois da enorme colisão.
"A extraordinária juventude desta amostra lunar significa que, ou a Lua se solidificou muito mais tarde que o calculado anteriormente, ou temos que mudar nossa visão da história geoquímica da Lua", afirmou Richard Carlson, da Instituição Carnegie para a Ciência.
Segundo o programa previsto, os satélites gêmeos GRAIL viajarão à Lua por mais de três meses. Uma das naves entrará em órbita lunar na véspera do Ano Novo e a segunda no dia do novo ano.
Uma vez lá, as duas naves se alinharão e basicamente perseguirão uma à outra em uma órbita polar enquanto a Lua roda lentamente debaixo delas, segundo os cientistas.
As duas ficarão a 55 km sobre a superfície lunar, com uma distância entre elas de 60 a 225 km.
A dupla se encarregará do principal objetivo de sua missão: entender como é o interior da Lua mediante a realização de uma série de medições do campo gravitacional de baixa altitude.
Quarenta dias depois de terminar seu trabalho, a dupla se dirigirá à superfície lunar, onde continuarão pesquisando por um ano.
No mês passado, a Nasa lançou a sonda espacial Juno, que funciona com energia solar e custou mais de um bilhão de dólares, em uma viagem de cinco anos para investigar a composição de Júpiter.
Depois do GRAIL, a agência espacial planeja enviar em novembro seu Mars Science Laboratory (MSL), em uma viagem de quase dois anos ao Planeta Vermelho.
Fonte: Uol
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