A oferta de pornografia gratuita na Internet está contribuindo diretamente para uma grave crise econômica entre as empresas de TV a cabo e por satélite dos EUA que também oferecem esse tipo de conteúdo.
De acordo com reportagem do jornal americano Wall Street Journal, companhias como a DirecTV e a Time Warner Cable admitiram na última semana que ?vendas menores? dos filmes adultos foram responsáveis por quedas significativas em seus rendimentos com conteúdo pay-per-view e de vídeos sob demanda.
De forma geral, as empresas desse ramo viram seus rendimentos provenientes de filmes adultos caírem de US$ 1 bilhão para US$ 899 milhões, entre 2008 e 2010, de acordo com dados da consultoria SNL Kagan.
Na Time Warner, por exemplo, a queda no setor de vídeo sob demanda foi de US$ 14 milhões, com os filmes adultos sendo responsáveis por mais de um terço desse valor. Até a lendária Playboy viu a receita dos seus canais de vídeo sob demanda Playboy TV e Spice cair de US$ 75,8 milhões, em 2007, para ?apenas? US$ 44,4 milhões no ano passado.
"A culpa é da Internet"
?Temos visto uma tendência razoavelmente estável há algum tempo de queda no setor de filmes adultos, principalmente porque esse tipo de material está disponível de graça na Internet?, afirmou o CEO da Time Warner Cable, Glenn Britt, ao jornal.
Os números da consultoria Experian Hitwise parecem provar o ponto de vista do executivo. Segundo a empresa, o tempo médio gasto por internautas em sites adultos cresceu 26% de 2008 para cá, chegando a 8 minutos e 35 segundos atualmente. Além disso, a companhia afirma que 10 dos 11 principais sites adultos são páginas de vídeos, o que não ajuda em nada as TVs.
E os preços do conteúdo pornográfico nas TVs também parecem não ajudar a situação. Na Time Warner Cable, por exemplo, o aluguel de um filme adulto custa, em média, o dobro de uma produção de Hollywood ? US$9,98 contra US$4,99, de acordo com o WSJ.
Qual a solução?
Para o dono da Vivid Entertainment, Bill Asher, as companhias de TV a cabo precisam se adaptar ao mercado atual se quiserem competir em igualdade com a Internet. ?Não acho que você queira ir para a ?guerra? com o pornô barato da Internet?, diz, lembrando que no início desse segmento não havia muita concorrência.
?Nosso trabalho agora é aparecer com conteúdo interessante e sem igual, não apenas mais do que está por aí.?
Fonte: IdgNow