A Casa Branca anunciou, ontem, planos para a reestruturação de sua TI, que tem como uma das medidas principais a consolidação dos data centers e aplicativos governamentais, além da adoção de uma política que privilegia a nuvem.
O plano federal, apresentado pelo CIO do governo norte-americano Vivek Kundra, inclui a eliminação de pelo menos 800 dos atuais 2,1 mil data centers do governo até 2015, além da migração de cargas de trabalho para sistemas de nuvens comerciais, privadas e governamentais. O objetivo principal é fazer com que agências compartilhem serviços e evitem duplicação de estruturas.
Desde que foi nomeado CIO pelo presidente Obama, Kundra tem sido um dos grandes defensores da computação a nuvem e da transparência nos gastos com TI e no uso de indicadores que comprovem evoluções. Para embasar suas decisões, o profissional pediu ideias e opiniões de executivos de data centers do setor privado.
O plano divulgado ontem, que delineia 25 pontos específicos, está ligado a esse trabalho de diálogo desenvolvido por Kundra. Mas, segundo analistas, falta ao documento alguns pontos-chave, ligados a questões importantes para as pessoas afetadas por ele como funcionários federais e fornecedores do governo. O plano não menciona, por exemplo, o destino dos funcionários dos data centers que devem desaparecer.
A implementação do plano vai envolver reorganização de pessoas, o que deve abrir novas oportunidades de treinamento, principalmente para os gerentes do novo ambiente computacional. Mas fazer com que os funcionários federais abracem a ideia pode ser um desafio, uma vez que Obama já anunciou que eles não terão aumento no salário pelos próximos dois anos.
O orçamento de TI do governo dos Estados Unidos, de 80 bilhões de dólares, impacta também nas taxas de empregos no setor privado. Com a consolidação, os empregos indiretos gerados devem cair, embora o plano não deixe evidente quanto quer economizar em dinheiro e qual é o preço-alvo que o governo tem para os novos serviços.
O analista da consultoria especializada em governo Federal Resources, Ray Bjorklund, disse que é cedo para avaliar o plano com cuidado, uma vez que ele está em uma fase conceitual e depende ainda de detalhamento de todas as iniciativas. ?No entanto, ele é bem amarrado no que diz respeito às ações necessárias para fazê-lo funcionar e no objetivo de gerar um ambiente de TI economicamente melhor para o governo?, avalia.
Um dos cuidados a serem tomados, segundo Bjorklund, é nas trocas que as agências precisam fazer para um ambiente mais padronizado, já que elas têm necessidades diferentes em termos de TI.
Para a analista especializada em governo da consultoria Input, Deniece Peterson, a mudança cultural necessária para o plano vai ser gigantesca. ?Quais profissionais vão querer promover mudanças que podem acabar com o próprio emprego??, diz. Por esse motivo, ela acredita que falta diálogo com todos para levar o plano à frente.
Fonte: Computerworld