Com as notícias de que o Departamento de Justiça dos EUA teria aberto
uma investigação sobre a prática da Apple de limitar a performance dos
iPhones com baterias mais velhas, a companhia decidiu falar a respeito.
A Bloomberg
noticiou na última terça-feira (30) que o Departamento de Justiça (DOJ)
e a Comissão de Títulos e Câmbio dos EUA (SEC) estavam investigando a
possibilidade da Apple ter violado leis de segurança após as
atualizações de software que tornavam os iPhones antigos mais lentos.
Especificamente, as agências estão investigando se os avisos de
atualizações da Apple estavam ou não de acordo com as leis federais.
Da reportagem:
O governo dos EUA solicitou informações da companhia, de
acordo com fontes que preferiram não ser identificadas por se tratar de
algo privado.
O inquérito ainda está numa fase inicial, avisaram, e é muito cedo
para concluir quaisquer medidas a serem tomadas. Investigadores estão
procurando por declarações públicas realizadas pela Apple a respeito da
situação, informaram as fontes. Além da limitação de desempenho ter
frustrado consumidores, os investigadores estão preocupados com a
possibilidade da Apple ter enganado investidores sobre a performance de
telefones mais antigos.
É comum que as agências não comentem sobre investigações em andamento. No entanto, a Apple publicou uma declaração nesta quarta-feira (31) que parecia admitir a investigação de forma vaga.
O comunicado começa ao reiterar que a prática de limitação de desempenho foi projetada para prevenir
que as baterias de iPhones mais antigos sofressem uma sobrecarga
durante picos de tarefas e evitar que desligassem sozinhos. A Apple
menciona o mea culpa que publicou logo depois que a limitação foi
descoberta e destacou algumas das medidas tomadas na sequência, como a substituição mais barata das baterias e uma opção que virá nos próximos iOS que permitirá escolher a limitação.
A companhia negou veementemente que exista algum tipo de
obsolescência programada por trás das atualizações do sistema, dizendo
que “nós nunca fizemos – e nunca faríamos – algo para encurtar a vida
útil de algum produto Apple, ou algo para prejudicar a experiência do
usuário para fazê-lo comprar um produto mais novo”. Na maior parte do
comunicado, a empresa só está repetindo aquilo que já foi dito.
A novidade do comunicado desta quarta-feira está na última linha:
“Recebemos perguntas de algumas agências governamentais e estamos
respondendo a elas”. Tá bom, então.
Nós não sabemos ao certo se a Apple está sendo investigada pelo DOJ e
pelo SEC, já que os nossos pedidos de confirmação foram ignorados. Pode
ser que o momento escolhido pela Apple para liberar essa declaração
tenha a ver com casos surgidos em países como a França e Coreia do Sul.
A Apple agendou a divulgação do seu balanço fiscal deste trimestre
para esta sexta-feira (2). Vamos descobrir se os rumores sobre queda nas vendas, estabilizações de preços e se a raiva dos consumidores terá algum impacto no sucesso da empresa, que parece à prova de balas.
Fonte: Gizmodo