O iPhone é um dos produtos mais importantes para os resultados
financeiros da Apple. Então, durante a divulgação dos resultados do 1º
trimestre fiscal de 2018 (correspondente aos três últimos meses de
2017), muita gente torceu o nariz quando viu o número de iPhones
vendidos.
A empresa de Cupertino anunciou que vendeu 77,3 milhões de iPhones —
menos que o mesmo período de 2016, quando vendeu 78,3 milhões, e menos
que o esperado por analistas, que aguardavam uma venda de 80 milhões de
aparelhos.
A culpa desse número menor parece ter relação com os preços
praticados pela empresa. O lançamento do iPhone X puxou a média do preço
do iPhone para US$ 796,42 — um aumento de US$ 100 comparado com o ano
passado, quando a média era de US$ 694,57. Além disso, tem uma questão
de que as pessoas não precisam trocar de smartphone todo os anos — logo,
tende a ser cada vez mais difícil superar os números anteriores. A não
ser que você acredite que a Apple encurta a vida útil de dispositivos antigos.
Um detalhe interessante é que as vendas internacionais (portanto,
fora dos EUA) representaram 65% da grana obtida pela Apple com iPhones.
Sobre isso, o Verge
nota que esse número grande tem relação com o fato de que a Apple
manteve modelos mais antigos disponíveis em mercados emergentes, como
Índia e China.
“O iPhone X superou nossas expectativas e tem sido nosso iPhone mais
vendido desde quando começamos a vendê-lo em novembro”, disse Tim Cook,
CEO da Apple, em um comunicado.
Isso quer dizer que a empresa está em maus lençóis? Óbvio que não. Ao
vender menos smartphones e com opções mais caras, a companhia da maçã
ganhou ainda mais dinheiro. O “negócio iPhone” teve aumento de 13% na
receita ano a ano. No último trimestre, a companhia faturou US$ 61,6
bilhões — comparado com US$ 54,4 bilhões obtidos no último período
fiscal equivalente.
Outra área de negócio que merece destaque nos resultados da Apple é o
que a empresa chama de “Outros”. Aqui entram números de Apple Watch,
hardwares da Beats, Apple TV e Air Pods, por exemplo. No 1º trimestre de
2018, a empresa faturou US$ 5,5 bilhões, com um aumento de 36%. A
categoria de vestíveis teve um crescimento de 70%. Ainda que a empresa
não detalhe números, o Apple Watch Series 3, lançado no ano passado,
vendeu o dobro do Series 2, segundo o CEO da empresa.
Esses números acima são “baixos” para os padrões Apple, mas mostram que a área pode ser promissora nos próximos trimestres.
Por fim, a venda de Mac apresentou uma pequena queda, atingindo os 51
milhões de unidades. O iPad continua tendo aumento de venda incremental
baixo a cada trimestre — neste, foi de 1%, atingindo 13,2 milhões de
unidades vendidas. E, por fim, a categoria de serviços (Apple Music,
iCloud, App Store) apresentou crescimento de 18% ano a ano, faturando
cerca de US$ 8,5 bilhões.
Resumo da ópera: a Apple continua indo muito bem, obrigado, mesmo vendendo iPhones supercaros.
O setor de serviços continua sendo um dos que mais fatura dentro da
empresa, e a área de vestíveis e acessórios deve ganhar cada vez mais
importância.
Fonte: Gizmodo