Um
estudo do Gartner, feito com mais de 200 líderes de TI, revela que 75%
das organizações usuárias finais estariam dispostas a pagar mais pelo
5G. Apenas 24% dos entrevistados não pagariam mais por 5G do que por
4G. "Os respondentes da indústria de telecomunicações são mais
propensos a aceitarem pagar mais do que aqueles de outros setores", diz
Sylvain Fabre, Diretor de Pesquisas do Gartner. "As organizações que são
usuárias finais nas áreas de manufatura, serviços e governo, por
exemplo, são menos propensas a pagarem um valor mais elevado por 5G do
que companhias de Telecom, que estão dispostas a pagar um extra para uso
interno do 5G."
O relatório aponta ainda que quase metade dos
entrevistados pretende utilizar 5G para acessar vídeos e recursos fixos
wireless. Mais interessante é que, no entanto, a maior parte dos
entrevistados (57%) acredita que as principais intenções de suas
organizações são de utilizar o 5G para suportar a comunicação com a
Internet das Coisas (Internet of Things - IoT).
"Essa descoberta é
surpreendente, já que o número de ´coisas´ no mercado que precisam de
conexão móvel não excederá a capacidade de tecnologias móveis IoT antes
de 2023 na maior parte das regiões", afirma o analista. "E mesmo quando
completamente implementado, o 5G apenas será necessário para uma parcela
muito pequena dos casos de uso de IoT que requerem a combinação de
altas taxas de dados e latência muito baixa. Além disso, o 5G não estará
pronto para servir comunicações massivas entre máquinas ou comunicações
de baixa latência e ultra confiáveis até o começo de 2020."
Esses
resultados também podem ser um sinal da confusão envolvendo a
aplicabilidade do 5G, já que muitas alternativas bem estabelecidas e
menos caras já existem para conectividade wireless IoT – o uso de Wi-Fi,
ZigBee ou Bluetooth, por exemplo, evitariam a complexidade e o custo
associados a comunicações móveis. Um provável grau de incompreensão
também é aparente na crença expressa pela grande maioria dos
entrevistados (84%) de que o 5G estará disponível em larga escala até
2020. Em contraste, os planos dos CSPs indicam que esse nível de
disponibilidade não deve ser atingido antes de 2022.
O Gartner
prevê que, até 2020, apenas 3% dos CSPs donos de redes móveis do mundo
terão lançado a rede 5G de forma comercial. "Apesar de equipamentos
comerciais de rede compatíveis com os padrões 5G poderem já estar
disponíveis em 2019, a implementação de redes e serviços 5G feitas pelos
CSPs antes de 2019 provavelmente usarão equipamento pré-padronização",
complementa Fabre.
As organizações de marketing dos CSPs precisam
de projetos realísticos para cobertura 5G e performance característica
para que possam se comunicar com os consumidores de forma precisa. Elas
também precisam publicar planos claros de implementação do 5G para os
anos 2019 a 2021 para ajudar os inovadores a entenderem quando e onde o
5G estará disponível para aplicações IoT.
Fonte: Convergencia Digital