A Baidu, gigante digital chinesa responsável pelo principal site de
buscas e portal do país, entrou na briga dos carros autônomos com uma
plataforma com código aberto, batizada de Apollo. Anunciado em abril, o
modelo é similar ao adotado pela Waymo, subsidiária do Google que está
desenvolvendo a tecnologia, mas não pretende fabricar os veículos.
E o plano é bem ambicioso: durante uma conferência realizada nesta
quarta-feira (5), a companhia afirmou que fechou parcerias com
aproximadamente 50 empresas, entre elas Ford, Intel, Microsoft, TomTom,
Nvidia, Bosch e montadoras chinesas como Cherry e BAIC Motor. O objetivo
da Baidu é desenvolver o pacote de hardware e software que seja a
espinha dorsal de um veículo autônomo e, diferentemente da Waymo, se
trate de uma plataforma aberta. Eles disponibilizarão APIs, dados, mapas
de alta resolução – e tudo isso seria licenciado de forma gratuita.
Durante a apresentação, o Diretor de Operações da companhia, Qi Lu,
disse que o Apollo é o “Android da indústria automobilística autônoma”.
As montadoras que planejam utilizar a Apollo ainda não podem testar a
tecnologia em vias públicas. O planejamento prevê que, no final desse
mês, os testes comecem em áreas restritas e apenas em dezembro o
desenvolvimento atinja as ruas do país.
No entanto, durante a conferência, o CEO da Baidu, Robin Li, decidiu realizar uma demonstração
do sistema por meio de uma transmissão ao vivo: ele estava no banco de
passageiros em uma Jeep Cherokee modificada, no quinto anel viário de
Pequim – uma via movimentada da cidade. Uma outra pessoa, provavelmente
um funcionário da Baidu, estava no banco do motorista, mas sem as mãos
no volante. O problema é que, em 2016, o governo chinês proibiu o teste
de carros autônomos em vias públicas até que realizassem um planejamento
de políticas para a nova tecnologia.
Segundo a
CNN,
o Departamento de Gestão de Tráfego de Pequim disse que o caso “será
investigado e tratado de acordo com a lei”. Não está claro quais tipos
de punições podem ser aplicadas, mas certamente essa não é uma infração
leve.
Conhecida como Google da China, a Baidu corre por fora enquanto Waymo e Uber travam sua batalha judicial
pelo roubo de documentos confidenciais. A companhia tem grandes chances
de emplacar um sistema que se popularize rapidamente. O cronograma no
site da empresa aponta que a produção em massa da plataforma aconteça até 2021.
Fonte: Gizmodo