O fundador e CEO do Uber, Travis Kalanick, renunciou ao cargo depois
de grande pressão dos acionistas a respeito da série de escândalos na
empresa. Ele tinha afirmado que iria se afastar temporariamente da
companhia, logo após a investigação sobre a cultura da empresa, que
afirmou que o ambiente tóxico fomentava assédio e discriminação.
Cinco dos maiores investidores do Uber pressionaram Kalanick para deixar o cargo, de acordo com a reportagem do New York Times,
incluindo First Round Capital, Lowercase Capital, Menlo Ventures,
Fidelity Investments, e Benchmark, empresa de capital de risco que ocupa
um lugar no conselho do Uber. O grupo de investidores enviou uma carta
para Kalanick nesta terça-feira (20), pedindo sua renúncia.
Kalanick ainda será membro do conselho no Uber, e a companhia buscará um novo CEO, de acordo com o Times.
O Uber tem enfrentado escrutínio contínuo a respeito de acusações de
assédio no ambiente de trabalho, uma investigação criminal sobre as
tentativas de evadir reguladores, um processo por roubo de segredo comercial realizado pelo Waymo – sua competidora na indústria de carros autônomos – e um processo aberto por uma mulher que alega que seus arquivos médicos foram indevidamente compartilhados por Kalanick e outros executivos. Recentemente, 20 funcionários do Uber foram demitidos depois da investigação sobre assédio interno, e o líder do programa de veículos autônomos foi mandado embora por se recusar a cooperar no processo que diz respeito à sua divisão.
Muito embora as startups do Vale do Silício se vangloriem da cultura
de quebra de regras, os problemas enfrentados pelo Uber mostraram-se
exagerados para seus investidores. Kalanick era visto por seus
defensores como um componente chave para o sucesso do Uber. No entanto,
com a empresa avaliada em US$ 70 bilhões, o risco não valia mais a pena.
A saída de Kalanick do papel de chefe executivo é apenas a mais
recente entre diversas renúncias da equipe. Atualmente, a empresa não
possui um diretor de operações ou um diretor financeiro, e vários outros
executivos foram expulsos nos últimos meses.
“Eu amo o Uber mais do que tudo no mundo e nesse difícil momento da
minha vida pessoal aceitei o pedido dos investidores pela saída, assim o
Uber pode voltar ao desenvolvimento em vez de estar distraído com outra
briga”, disse Kalanick em um comunicado.
Fonte: Gizmodo