Em um futuro não tão distante, quando você quiser salvar seu trabalho
na nuvem da Microsoft, você poderá fazê-lo com alguns trechos de DNA.
Ao longo dos últimos seis anos, cientistas viraram suas atenções para
a dupla hélice na esperança de que ela possa um dia se tornar um meio
de armazenamento mais eficaz para coisas além de cabelo e cor dos olhos.
Em 2011, o geneticista da Harvard George Church foi pioneiro na ideia,
codificando seu próprio livro, algumas imagens e um programa Javascript
dentro das moléculas. Em julho passado, uma equipe da Microsoft e da
Universidade de Washington conseguiu armazenar recordistas 200 MB de dados em DNA. E, neste ano, pesquisadores codificaram DNA com um filme francês de 1895, um vírus de computador e um cartão de presente Amazon de US$ 50.
Agora, a Microsoft espera comercializar a tecnologia. A companhia contou ao MIT Technology Review
que planeja ter um sistema de armazenamento operacional baseado em DNA
funcionando dentro de um centro de dados até o fim desta década.
A empresa recusou um pedido de entrevista do Gizmodo. Mas o arquiteto da Microsoft Research Doug Carmean contou ao Tech Review
que o futuro dispositivo teria o tamanho de uma copiadora Xerox grande
dos anos 1970. Ele também disse que a empresa planeja propagandeá-lo
como “Seu Armazenamento com DNA”. Dentro de três anos, eles planejam ter
um “sistema protocomercial” em um centro de dados armazenando dados
para “pelo menos uma aplicação de loja online”.
O DNA como meio de armazenamento faz muito sentido —
pense em toda a informação sobre você que o DNA armazena em uma
quantidade minúscula de espaço. Ele é compacto e resistente e é
improvável que se torne obsoleto. E ainda funciona muito como os
hardwares que já utilizamos para armazenar coisas, com códigos escritos
em As, Gs, Cs e Ts, em vez de 1s e 0s.
Mas existem obstáculos enormes a se ultrapassar antes que a tecnologia chegue ao mainstream. Para
começar, o sequenciamento de DNA está ficando cada vez mais barato, mas
ainda é caro demais para substituir seus pendrives. Nesse ano, a
Illumina anunciou planos
de diminuir, dentro de uma década, o custo do sequenciamento de um
genoma humano inteiro para US$ 100. O nível da redução de custo e a
velocidade com que isso acontecerá terão um grande papel no quão
rapidamente o armazenamento de dados em DNA será adotado.
O anúncio da Microsoft sinaliza um interesse em fazer esses avanços
acontecerem o mais rápido possível, já que a tecnologia do futuro exige
um espaço de armazenamento e uma potência de computação crescentes. Só o
tempo dirá se vamos subir nossos arquivos para sequências de código
genético em cinco anos, mas coisas mais estranhas que isso já
aconteceram.
Fonte: Gizmodo