O Uber volta às manchetes com mais uma notícia negativa: se tornou
alvo de uma investigação criminal conduzida pelo Departamento de Justiça
dos Estados Unidos.
A empresa é acusada de ter implementado um programa especial capaz de
identificar autoridades e escapar da fiscalização em áreas onde ainda
não tinha autorização para funcionar.
Batizado de “Greyball”, o sistema foi denunciado pela primeira vez em Março em uma reportagem do jornal The New York Times.
Cruzando dados e utilizando algoritmos, o Uber seria capaz de
reconhecer chamadas falsificadas criadas por autoridades e fiscais
interessados em apreender veículos em regiões onde o transporte por
aplicativo não é legalizado ainda. Uma vez que a conta fosse marcada
como pertencente a um possível agente disfarçado, o aplicativo do Uber
passaria a fornecer informações falsas sobre o posicionamento dos
motoristas e negar atendimento.
O Uber se defende alegando que burlar a lei nunca foi o propósito do
“Greyball”, que teria sido utilizado no passado e continuaria sendo no
presente para salvaguardar motoristas de ameaças a sua segurança por
parte de usuários que violam os termos de uso do serviço. Na lista de
contas que seriam marcadas pelo sistema estariam na verdade, “pessoas
que visam ferir fisicamente os motoristas”, como integrantes de algumas
associações de taxistas e “competidores buscando sabotar nossas
operações”, como o Uber já foi acusado de fazer com seus rivais.
Entretanto, o Uber também admitiu que a plataforma também poderia ter
sido empregada para evitar “oponentes que conspiram com oficiais em
emboscadas secretas feitas como armadilhas de motoristas”. Cartas da
empresa para as autoridades municipais de Portland, nos Estados Unidos,
comprovam o uso do “Greyball” com esse propósito, ainda que de forma
esparsa, no período que antecedeu a legalização do uso do Uber na
cidade.
Desde a publicação da reportagem do The New York Times, o
Uber se comprometeu a não utilizar mais o “Greyball” para burlar a
fiscalização, mas tão somente para evitar fraudes e riscos à segurança
de seus motoristas. Apesar disso, o Departamento de Justiça dos Estados
Unidos solicitou documentação relacionada à questão, para dar
procedimento a uma investigação que pode conduzir ou não a um processo
criminal contra a empresa.
Fonte: Codigo Fonte