A
arquitetura dos datacenters deve mudar para atender à nova realidade de
tecnologia da informação. As tendências apontam para aumento da
capacidade de conectar tudo a tudo, criando uma malha digital e
inteligente, com sistemas conversacionais, realidades aumentada e
virtual e gêmeos digitais (digital twin), além de sistemas inteligentes
com avanços de aprendizagem de máquinas, inteligência artificial,
aplicações inteligentes e internet das coisas. Essa nova realidade
demanda a construção de plataformas digitais e elas que irão direcionar o
futuro do datacenter.
Para Henrique Cecci, diretor de pesquisa do Gartner, os data centers
caminham para ser cada vez mais distribuídos (como na nuvem, colocation,
hosting etc.). “A definição de data center se alterou. Ele será muito
mais eficiente do ponto de vista econômico e energético e com mais
capacidade computacional. Ele estará em diversos lugares ao mesmo tempo —
na nuvem, TI híbrida e na ponta”, explicou durante a coletiva de
imprensa na Conferência Gartner Infraestrutura de TI, Operações e Data
Center.
A mudança, reconheceu, ocorrerá de forma gradual e não de uma maneira
linear dentro das empresas usuárias. Com relação aos fornecedores,
Cecci admitiu que nem todos os fornecedores já se moveram na direção
dessas tendências. O especialista aposta que soluções híbridas vão
dominar o ambiente de data center.
O papel da infraestrutura nas empresas é crescente e isto está
refletido nas pesquisas do Gartner que apontam que infraestrutura e
operações de data center sempre esteve entre as prioridades dos CIOs
brasileiros. Cecci apontou que 56% do orçamento de tecnologia da
informação das companhias destinam-se para infraestrutura e operações de
data center.
Ao entender que a infraestrutura de TI precisa estar alinhada à visão
de tecnologia, as empresas devem buscar plataformas de malha
inteligente (intelligent mesh platform), ressaltou Cassio Dreyfus,
vice-presidente de pesquisa do Gartner. “A TI tem de criar valor para o
negócio e para isto tem de ter uma infraestrutura que faça sentido”,
disse Dreyfuss.
A pesquisa anual de CIOs do Gartner mostrou que os líderes
brasileiros de TI esperam uma redução média de 1% (comparado ao aumento
de 2,4% em 2016) nos investimentos em TI. A média na região da América
Latina será de aumento de 1,7% em 2017 em comparação com 2016. Segundo o
Gartner, no Brasil nos últimos dois anos a prioridade dos CIOs têm sido
infraestrutura e datacenter, sendo que, em 2017, eles elencaram a
otimização de custos como principal desafio.