A oferta de banda larga fixa via satélite terá fatias exclusivas de
espectro no Brasil. A Anatel decidiu nesta quinta, 06/04, reservar as
faixas de 18,1 a 18,6 GHz e 27,9 a 28,4 GHz a redes do serviço fixo por
satélite – o que na prática garante 2,5 GHz para descida, e 3 GHz para
subida a esse tipo de aplicação.
“As novas gerações de satélites estão revolucionando conceitos de
velocidade, capacidade e latência. O preço do gigabit por segundo também
cai significativamente e o número de satélites que cobrem o Brasil com
banda Ka vai crescer significativamente. Oito deles estarão em operação
até 2020”, ressaltou o relator da proposta, conselheiro Leonardo de
Morais.
Além do avanço tecnológico desse setor – a americana ViaSat já
anunciou que em 2019 terá satélites capazes de alcançar 1 Tbps de
velocidade – a decisão da agência também levou em consideração a grande
disparidade de acesso à internet no Brasil, sejam por fossos regionais
ou socioeconômicos. “O satélite pode mitigar essa disparidade, seja por
oferta direta ao consumidor ou de capacidade para redes de transporte”,
destacou o relator.
A proposta original da área técnica da Anatel queria avançar ainda
para outro ponto importante, o custo. A ideia era reduzir o Fistel para
as pequenas antenas receptoras, ou Vsats, no jargão do setor. O plano
não prosperou porque o Fistel é, afinal, definido em lei – e portanto
apenas uma mudança na lei pode mexer no valor.
Não se trata de um impacto trivial. Enquanto o Fistel sobre um
aparelho celular é de pouco menos de R$ 27, a mesma taxa sobre as Vsats
custa R$ 201. “A área técnica bem que tentou, mas resta o problema do
Fistel. Claro que isso vai ser um problema, pois hoje as taxas
utilizadas inviabilizam o serviço satelital ser popularizado”, afirmou o
presidente da Anatel, Juarez Quadros.
Fonte: Convergencia Digital