Os projetos de Internet das Coisas devem aumentar consideravelmente a
partir do segundo semestre, marcando 2017 como o ano quando a IoT
deslanchou no Brasil. Em apresentação sobre as perspectivas de
tecnologia da informação e telecomunicação, realizada nesta
quinta-feira, 26/01, a IDC destacou que a principal justificativa para
tanto otimismo é a definição de uma política pública e de incentivo para
internet das coisas.
O governo lançou o Plano Nacional de Internet das Coisas (IoT), cuja consulta pública vai até 6 de fevereiro com objetivo de lançar o Plano Nacional de IoT durante o GSMA Mobile World Congress,
que ocorre de 27 a 1º de março, em Barcelona (Espanha). O plano vai
prever ações para desenvolver tecnologias de IoT no Brasil até 2022. A
previsão da consultoria é que o ecossistema de Internet das coisas no
Brasil dobre de tamanho até o fim da década, superando os US$ 13
bilhões.
O avanço de IoT estará conectado com o uso de ferramentas de análise,
fundamentais para transformar dados em valor para os negócios, e com
computação em nuvem, que será a plataforma para processar os dados. De
acordo com a IDC, até 2019, 43% dos dados de internet das coisas serão
tratados na nuvem.
Blockchain engatinha
Não tão adiantado como internet das coisas, o mercado de blockchain
ainda engatinha no Brasil. O banco de dados distribuído que guarda
registro de transações permanentemente e é à prova de violação, como a
IDC explica o conceito, terá papel fundamental na transformação digital
das empresas, mas seu avanço ainda depende de questões governamentais e
regulatórias. De acordo com a IDC, alguns projetos foram desenvolvidos
em 2016 e outros virão ao longo de 2017, mas tudo a um ritmo bastante
lento.
A importância e disruptura do blockchain equiparam-se à internet,
pois ele será o grande registro de documentos, na visão de Pietro Delai,
gerente de pesquisa e consultoria para infraestrutura e telecom da IDC.
Os projetos vão começar por onde há grande número de atores envolvidos e
que dependam de um único banco de dados. Dentro de finanças, Delai
aposta que as seguradoras vão abraçar primeiramente o blockchain. “Todos
estão falando de blockchain, até software de backup, mas ainda demora
para ser realidade. É diferente de internet das coisas que já vai pegar
embalo”, destacou.
Caminho sem volta
Mais consolidada entre as empresas, a transformação
digital aparece como condição de competitividade para as empresas. Mas é
preciso começar já, salientou Pietro Delai. “A companhia que quiser
iniciar o processo em 2020 terá muita dificuldade”, destacou.
No Brasil, pouco mais de 10% das empresas já investem cerca de 5% de
seu faturamento em tecnologias inovadoras, essenciais para o processo de
transformação digital. Além disto, as empresas precisam, segundo a IDC,
basear-se em cinco pilares: liderança, multicanal, informação, modelo
de negócio e fonte de trabalho. “Todos estes pilares precisam acontecer,
pois as atividades estão inter-relacionadas”, acrescentou.
Fonte: Convergencia Digital