A Apple anunciou nesta terça-feira, 25, seus resultados para terceiro
trimestre do calendário de 2016 (quarto trimestre fiscal da companhia).
Tradicionalmente, este é um período de bons ares para a empresa, que
contabiliza o lançamento de novos iPhones, registrando uma alta natural
nas vendas, perdendo apenas para o último trimestre, quando seus números
são impulsionados pelas compras de natal e a Black Friday. Neste ano,
no entanto, as notícias não são tão boas assim.
As vendas globais de iPhones estão em queda desde o último trimestre.
Neste período de 2015, a Apple havia registrado 48 milhões de celulares
vendidos; neste ano, no entanto, o volume foi de apenas 45,5 milhões,
com uma queda de 5% nas unidades vendidas e de 13% em faturamento (queda
de US$ 32,2 bilhões para US$28,2 bilhões).
A Apple está mantendo uma tendência de declínio após vários anos de
ascensão contínua. No primeiro trimestre do ano, foi dado o primeiro
sinal negativo: os números estagnaram. Já no segundo trimestre, as
vendas caíram, e isso se repetiu neste último período. Muito disso se
deve à queda na demanda pelos celulares na China, um mercado onde a
Apple cresceu de forma meteórica, mas que agora já não demonstra mais o
mesmo interesse.
Apesar de os números do iPhone estarem em queda, eles ainda são
gigantescos, muito maiores do que qualquer concorrente é capaz de
alcançar no mercado de smartphones. No entanto, a Apple se vê em uma
posição peculiar, em que é a única entre rivais que depende quase
exclusivamente de seus celulares para manter seus negócios saudáveis.
Atualmente, o iPhone representa 60% de tudo que a Apple fatura, e, se a
venda de celulares começar a cair muito, a empresa pode estar em maus
lençóis.
O iPad também continua em queda livre, só que há muito mais tempo que
o iPhone. A empresa vendeu 9,3 milhões de unidades no período, contra
9,9 milhões no mesmo trimestre de 2015, totalizando uma redução de 6%
nas vendas. As receitas, no entanto, ficaram estagnadas, mesmo com menos
unidades vendidas; sinal de que a Apple está vendendo menos, mas está
vendendo mais caro, equilibrando um pouco as coisas. De fato, com a
introdução do iPad Pro, a empresa enveredou para os tablets de maior
desempenho e, consequentemente, maior custo.
Estes resultados negativos se refletiram nos ganhos da empresa. Se no
terceiro trimestre de 2015 a empresa havia faturado US$ 51,5 bilhões, o
número caiu neste ano para US$ 46,9 bilhões (redução de 9%). O valor
ainda impressiona, mas está em queda, assim como os lucros da companhia.
Nos últimos três meses, os ganhos líquidos da companhia ficaram em US$ 9
bilhões contra US$ 11,1 do mesmo período de 2015, com uma queda de
quase 19%. Esse percentual, quando falamos em uma escala Apple de
valores, é enorme.
Fonte: Olhar Digital