Após informar na segunda-feira que um "agente estatal" estava bloqueando o acesso de Julian Assange à internet,
o Wikileaks divulgou hoje que esse "agente estatal" era o Equador.
Assange, o fundador do Wikileaks, está asilado na embaixada equatoriana
em Londres desde agosto de 2012.
O site informou por meio do Twitter que o bloqueio da internet de
Assange foi feito no sábado pelo governo do Equador. A motivação para
essa atitude, de acordo com o Wikileaks, seria a publicação de uma série
de documentos sigilosos referentes à campanha presidencial da candidata
Hillary Clinton. O tweet do site pode ser visto abaixo:
Inicialmente, os principais governos suspeitos de cortar a internet
de Assange eram o Reino Unido e os Estados Unidos, segundo a Reuters.
A polícia do Reino Unido, desde agosto de 2012, busca apreender Assange
porque ele é acusado de crimes sexuais na Suécia. Caso ele seja
capturado, ele pode ser extraditado para os Estados Unidos, onde seria
julgado por divulgar documentos confidenciais.
Eleições
Embora o governo do Equador não tenha dado nenhuma explicação para o
motivo do bloqueio de acesso, o Ministro do Exterior do país, Guillaume
Long, afirmou que "as circunstâncias que levaram à concessão de asilo
político permanecem". Assim sendo, o status de Assange enquanto asilado
político não mudou.
No entanto, é possível que as eleições nos Estados Unidos tenham a
ver com a suspensão do acesso à internet do fundador do Wikileaks. O
país atualmente é governado por Rafael Correa, que declarou publicamente
seu apoio a Hillary Clinton. Em um comunicado à rede Russia Today no
mês passado, Correa disse que "Pelo bem dos Estados Unidos e do mundo...
Eu gostaria de que a Hillary ganhasse".
Política
Correa permanece no cargo até o fim desse ano, quando um novo
presidente eleito deve assumir a presidência do Equador. A campanha de
Clinton, por sua vez, tem sido alvo de uma série de vazamentos de
e-mails do Wikileaks.
Mais especificamente, o site vem publicando um acervo de e-mails
trocados por John Podesta, o ex-conselheiro da Casa Branca que
atualmente lidera a campanha da candidata. Mesmo com o corte da internet
de Assange, duas novas levas de e-mails foram divulgadas pelo site nas
últimas 24 horas.
Ainda de acordo com o Wikileaks, o Equador poderia estar respondendo a
ordens dos EUA quando cortou a internet de Assange. Segundo o site, o
diplomata estadunidense John Kerry já havia pedido ao governo
equatoriano que suspendesse a internet de Assange para evitar a
divulgação de documentos sigilosos durante as negociações de paz com as
FARC.
Fonte: Olhar Digital