O Museu do Videogame Itinerante é um evento que percorre várias
cidades do norte ao sul do país desde 2015 e, neste mês de outubro, está
em São Paulo para mostrar os mais de 40 anos de história dessas
diversões eletrônicas que tanto amamos – do primeiro Magnavox Odyssey
dos anos 70 ao recém-lançado Xbox One S.
O interessante do museu é que, além de exposição, alguns dos
videogames ficam disponíveis para os visitantes testarem. O melhor? É de
graça. Nós visitamos o lugar e conversamos com o organizador Cleidson
Lima, que também é colecionador e o dono dos mais de 280 consoles que
fazem parte do Museu.

O Museu do Videogame Itinerante é um golpe e tanto para os nostálgicos com mais de 30 anos. Por lá, é possível jogar Space Invaders ou River Raid em um Atari 2600 ou no Telejogo, o primeiro videogame comercializado no Brasil.
Quem prefere algo mais recente também pode experimentar as mais de
dez estações com PS4 e Wii U (a Sony e a Nintendo são algumas das
patrocinadoras do Museu) rodando jogos como PES 2017, o novo Doom e Mario Kart 8.
Já os curiosos podem ver de perto o Pippin, a tentativa (falha) da
Apple de entrar na indústria de jogos nos anos 90; ou o Virtual Boy,
aparelho de realidade virtual que é um dos maiores fracassos da
Nintendo.
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N64 Pikachu Blue Edition
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Odyssey
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Virtual Boy
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Jaguar
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Nintendo Block Kuzuchi
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Apple Bandai Pippin
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Goldstar 3DO
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Museu do Videogame Itinerante
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Museu do Videogame Itinerante
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Controle grande do NES
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Nokia N-Gage
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Onyx Jr.
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Telejogo Philco Ford
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Pioneer LaserActive
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Telstar Combat
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Porém, Cleidson nos guiou em um tour mais interessante, mostrando os
mais raros e bizarros consoles que já surgiram. Esse é um lado da
história dos videogames que poucos conhecem, até porque eles normalmente
resultaram em fracassos comerciais em suas épocas.
Os raros
Sega SG-1000 (1983)

O primeiro videogame feito pela Sega e uma espécie de protótipo do
Master System. Ele é raro por ter sido lançado em poucos países além do
Japão e por poucas unidades existirem hoje em dia, ainda mais que
funcionem. “Os que ainda existem custam muito dinheiro”, diz Cleidson.
O Sega SG-1000 recebeu algumas atualizações posteriormente com as
versões SG-1000 II, também conhecido como Mark II, e o Mark III, que
aqui no ocidente recebeu o nome de Master System. O SG-1000 original não
conseguiu muito sucesso. “O grande problema é que ele chegou
enfrentando o Famicom”, versão japonesa do Nintendinho, completa o
colecionador.
Splice Vision (1983)

“Quase ninguém nunca viu esse videogame, inclusive colecionadores”,
comenta Cleidson ao falar do Splice Vision, um console criado e
fabricado no Brasil pela empresa de telefonia Splice, no começo dos anos
80.
Ele é um clone não oficial do ColecoVision, um hábito bem comum
naquela época – é só lembrar nos videogames alternativos baseados no
Atari e no Nintendinho existiram por aqui. “Não vingou porque era muito
caro e o Atari já fazia sucesso na época no Brasil”, complementa.
Os bizarros
Action Max (1987)

O Action Max foi desenvolvido pela empresa americana Worlds of Wonder
(formada por ex-funcionários da Atari), e Cleidson o descreve como um
console pseudointerativo e “a maior aula de como não fazer um
videogame”. Isso porque ele só funcionava junto a um aparelho VHS, como
um acessório, mas que pouco interagia com o que se passava na tela da
TV.
“Você colocava a fita no aparelho VHS, aí essa espécie de sirene
vermelha grudava na tela da TV e usava a pistola para atirar nele em
momentos do filme e marcar pontos, que apareciam no contador que ficava
no videogame, mas isso independentemente do que acontecia no filme”. Nem
é preciso dizer que a ideia não deu lá muito certo.
Coleco Telstar Arcade (1977)

A Coleco era a principal rival da Atari no final dos anos 70 e início
dos 80 no mercado de jogos, mas antes de criar o famoso ColecoVision, a
empresa lançou uma série de consoles chamada Telstar e, entre eles, o
Telstar Arcade é provavelmente o de formato mais estranho da história.
O Coleco Telstar Arcade era uma espécie de 3 em 1. Um lado era para
jogar Pong; o outro, um jogo de tiro; e o terceiro, jogos de corrida –
com direito a câmbio de marcha e tudo.
Isso tudo em um videogame dos anos 70. “O cartucho também era no
formato triangular, e ele foi lançado em um período em a ideia de fitas
com jogos para videogames ainda era uma coisa nova”, explica Cleidson. O
console pode até entrar na categoria de mais bizarro, mas esse formato
também parece bem maneiro.


Grandes controles
Todos os videogames que destacamos até agora, infelizmente, não podem
ser jogados no Museu do Videogame Itinerante, mesmo Cleidson garantindo
que todos estão funcionando perfeitamente. Há uma boa razão para esses
consoles estarem apenas expostos no evento.
“Para jogar, eu sempre seleciono aqueles que foram significativos na
vida da maioria dos jogadores, que já jogaram ou teriam vontade de
jogar”, explica o colecionador. “Eu poderia, por exemplo, pegar um
Pippin, da Apple, e colocar para as pessoas testarem, só que ele é
horroroso pra jogar, é ruim jogar nele. Por isso, não adianta colocar
algum console muito raro para jogar, porque as pessoas não vão saber
jogar e a interação não é divertida.”
Já uma das atrações que chamam mais a atenção no Museu do Videogame
Itinerante une justamente a nostalgia com uma interação mais divertida e
diferente. Trata-se de um Nintendinho e um Super Nintendo que são
jogados com réplicas enormes dos respectivos controles:

Os controles são um projeto do designer brasileiro Lemuel Massuia, e
quando Cleidson viu o resultado, logo quis incorporar ao Museu. “Você
não consegue jogar um Mortal Kombat com ele, mas um Super Mario e outros
jogos de plataforma, é tranquilo”, diz Cleidson.
É difícil não conter a curiosidade ao passar pelo Museu do Videogame
para, logo depois, ser tomado pelos sons e imagens nostálgicas dos jogos
da infância e adolescência. Também é possível ver muitos pais mostrando
aos filhos o que os divertia na época em que tinham a mesma idade.
Para além disso, o que tornar a visita realmente interessante é
trazer à tona essas histórias muitas vezes esquecidas, de consoles que
podem ser considerados um fracasso, mas que foram importantes para os
videogames serem o que são hoje em dia.

O Museu do Videogame Itinerante está acontecendo no Shopping SP
Market, que fica próximo à estação Jurubatuba da CPTM, até o dia 30 de
outubro. A entrada é gratuita; testar os videogames, também.
São Paulo é a última parada do evento este ano. Para 2017, o museu já
tem agenda para visitar pelo menos sete cidades, entre elas, Curitiba,
Recife (pela segunda vez), Brasília e Rio de Janeiro – onde ele estreará
em janeiro.
Museu do Videogame Itinerante
Quando: de 08 a 30 de outubro de 2016
Horários: das 10h às 22h
Onde: Shopping SP Market, Av. das Nações Unidas, 22540 (próximo à estação Jurubatuba da CPTM), em São Paulo
Fonte: Gizmodo