O desenvolvedor Charlie Hoey usou dados disponibilizados publicamente pela Agência Espacial Europeia (ESA
na sigla em inglês) para criar um mapa virtual da Via Láctea, galáxia
em que se encontra nosso sistema solar. O mapa, que já inclui mais de 2
milhões de estrelas com seus respectivos planetas, pode ser acessado por meio deste link.
Pode levar algum tempo para entender, mas o mapa é
tridimensional, e projeta a galáxia “em volta” da tela do computador. É
possível navegar por ele de maneira semelhante a um vídeo 360 graus,
usando o mouse para olhar em volta, mas também é possível dar zoom em
determinadas partes. O mapa também é compatível com dispositivos de
realidade virtual.
Tecnologia
Segundo Hoey, a criação do mapa foi possível
graças aos dados da ESA. Os dados são coletados pelo satélite Gaia, que
consegue mapear a posição das estrelas com precisão de 5
microarco-segundos. Conforme Hoey detalhou no
Medium, esse nível de precisão é suficiente, por exemplo, para apontar para a posição de uma moeda na superfície da Lua.
Hoey disse ao TorrentFreak que, com muito esforço,
conseguiu comprimir a base de dados em apenas 24MB. Esse volume, no
entanto, ainda é muito grande para um site que receba centenas ou
milhares de acessos por vez. E como a quantidade de estrelas no mapa
ainda vai aumentar muito, isso poderia tornar o mapa excessivamente
custoso.
Para resolver essa situação, Hoey usou a
tecnologia WebTorrent. Com ela, cada uma das pessoas que visita o site
distribui o conteúdo da página a todas as demais. Isso permite que os
custos e as cargas computacionais de armazenamento do site sejam
distribuídos entre os usuários. Assim, o site fica mais barato de se
hospedar e ainda funciona melhor.
WebTorrent
Em entrevista ao TorrentFreak, Hoey disse que
considerou a tecnologia um “encaixe perfeito”. “Tem sido incrivelmente
confiável, e eu com certeza a usarei de novo em projetos futuros”. Hoey
ainda acredita que a tecnologia pode mudar a forma como a internet
funciona:
“Posso ver um ponto [no futuro] em que não será
mais necessário se preocupar com redes de ddistribuição de conteúdo;
contato que você hospede uma ou duas seeds permanentes, você pode deixar
seu torrent escalar automaticamente e distribuir sua hospedagem por
você”, opinou.
A WebTorrent foi
mostrada pela primeira vez em dezembro de 2015
pelo aluno de Stanford Feross Aboukhadijeh. Aboukhadijeh disse ao
TorrentFreak que está muito feliz com o trabalho de Hoey. “Essa era a
visão para o WebTorrent desde o começo, fazer torrents muito leves e
fáceis de se trabalhar, para que desenvolvedores possam usá-los de modos
novos e interessantes em navegadores”, disse.
Fonte: Olhar digital