Conhecida por ser uma empresa especialista em memórias e SSDs, a HyperX resolveu se aventurar pelo mundo dos periféricos com o headset Cloud, e acabou se saindo muito bem nessa nova empreitada (confira aqui a nossa análise). Baseado no QPAD QH-90, o Cloud surpreendeu pelo conforto e a boa qualidade de som. A empresa ainda lançaria mais três headsets baseados no mesmo projeto – HyperX Cloud II, Cloud Core e CloudX
– antes de partir para outros projetos. Depois de cerca de dois anos,
chegaram os fones projetados dentro da própria companhia. O primeiro
deles foi o Cloud Revolver, que se encaixa na categoria premium pela sua faixa de preço. Mas a empresa também está apostando num outro mercado, o de entrada dos fones gamer, com a chegada do Cloud Drone. Ele custa cerca de R$ 239, e chega com a proposta de oferecer um headset de uma empresa confiável com um bom custo/benefício.
Design
Como indica sua faixa de preço, este é o mais simples dos headsets da
HyperX, e portanto usa muito mais o plástico em seu acabamento. Apesar
disso, ele não passa a sensação de ser mal acabado, e na verdade tem
seus encaixes muito bem feitos. O arco da cabeça segue o mesmo padrão,
usando uma espuma mais confortável apenas onde é estritamente
necessário. Isso é uma mudança significativa em relação ao HyperX Cloud e
ao Cloud Revolver, que traziam arcos extremamente confortáveis e que
abusam de espuma.
Outro efeito da redução de custos está no microfone, que é o primeiro
da empresa que não é destacável. Ao invés disso, obrigatoriamente fica
do lado esquerdo do fone. Ele possui haste flexível e definitivamente
não é dos mais bonitos. Mesmo assim, há males que vêm para o bem: a
HyperX implementou a solução onde basta levantar o microfone para
colocá-lo no mudo. O ajuste de volume foi movido para a concha direita,
posição que eu também considero bastante prática.
O cabo, como já é tradicional, é trançado, evitando que se enrole e
conferindo mais durabilidade. A disposição é a mesma que vimos em tantos
outros modelos da empresa: uma cabo com plugue de 3.5 mm (4 polos) sai
da concha esquerda do fone, permitindo que ele seja usado facilmente com
dispositivos móveis ou no PlayStation 4. Para uso no PC,
o headset traz um cabo de extensão de 2 metros, com um plugue de 3,5 mm
para saída de áudio e um de 3,5 mm para entrada de microfone.
Só não espere maravilhas em termos de conforto. Não que o headset não
seja confortável, pois dá para usá-lo por algumas horas sem incômodos,
mas ele definitivamente não passa despercebido na sua cabeça, como é o
caso dos Cloud ou de alguns produtos mais caros. Apesar da economia na
quantidade de espuma, o arco superior não aperta a cabeça, mas as
conchas poderiam pegar um pouco mais leve com as orelhas.

Áudio
Os drivers de 40 mm do fone fazem um trabalho surpreendentemente bom,
considerando a posição de mercado do produto dentro do segmento de
headsets gamer. Por ser fechado, ele proporciona bom isolamento, o que é
ideal para ouvir música sem incomodar as pessoas em volta, mas acaba
comprometendo na parte dos games. Afinal, ele definitivamente não
proporciona um palco sonoro espetacular, mesmo que esteja acima da média
dos fones do tipo.
Mas vamos por partes, e, claro, sem esquecer que trata-se de um
produto de entrada. Até por se tratar de um headset para games, ele foca
bastante nos tons médios. Isso quer dizer que ele lida bem com a maior
parte dos sons dos games, como vozes e sons ambientes, mas você não
ouvirá explosões incríveis quando estiver jogando Grand Theft Auto ou Battlefield. Testando o recente F1 2016,
os sons médios e agudos dos motores V6 híbridos se sobressaem de
maneira bem clara, e não é difícil perceber a posição dos adversários,
mesmo quando eles estão passando pelos boxes ou por túneis.
Mudando para o universo gigantesco de No Man´s Sky, o
fone consegue transmitir com bastante clareza a trilha sonora etérea do
game. Usando o Cloud Drone, também é fácil de ouvir os animais e
diferenciar seus sons e até ter uma certa ideia de onde eles vêm. Sons
da paisagem como naves especiais, sentinelas e até o barulho da mochila à
jato recarregando são reproduzidos de maneira fiel. Em Pro Evolution Soccer 2017,
tenho que admitir que o barulho da torcida não pareceu tão potente,
ficando mais abafado no fundo em comparação com um fone mais caro. De
resto, os narradores e a torcida ficam muito abafados.

Microfone
Diferente dos headsets que a HyperX lançou até agora, o Cloud Drone
não traz um microfone destacável. Ao invés disso, ele tem uma haste
bastante flexível e uma função bem útil que o coloca no mudo quando ele
está levantado. Isso é bastante útil, especialmente para quem costuma
perder microfones destacáveis com frequência. Mas, claro, acaba
atrapalhando bastante na hora de utilizá-lo na rua – o que é raro de se
fazer com headsets gamers, de qualquer jeito.
Em termos de desempenho, o microfone do Cloud Drone tem uma anulação
de ruídos de fundo que até funciona bem, mas muitas vezes fica uma
estática que incomoda e que pode atrapalhar na comunicação. De resto,
ele é bem competente, cumpre seu papel e está dentro do que se espera de
um fone gamer dessa faixa de preço.
Confira testes com os microfones dos headsets que passaram pela redação recentemente:
HyperX Cloud Drone
Viper V360
HyperX Cloud Core
Razer Kraken Chroma 7.1
Hyper Cloud II
HyperX Cloud Revolver
AVALIAÇÃO:
Áudio
Design
Acabamento
Microfone
Preço
Conclusão
O
mercado de headsets de entrada é sempre muito complicado de analisar,
afinal não é raro achar fones de ouvido profissionais que ofereçam
melhor som, não apenas para música como para games. Mesmo assim, é
possível argumentar que headsets gamer ainda podem se justificar pela
praticidade de ter o microfone já incluso, além de sua maior
disponibilidade. Afinal, eles são mais fáceis de encontrar nas lojas de
informática ou no varejo. O que acaba até facilitando a comparação de
preço.
Mas estamos aqui para falar do HyperX Cloud Drone. Ele possui um
design bem pensado e muito bem acabado. O áudio é dentro – e até um
pouco acima – do esperado para um produto dessa faixa de preço e o
microfone, apesar de feio, faz o seu trabalho. Sendo assim, não há
dúvidas: o Cloud Drone consegue sim cumprir seu objetivo de ser um bom
headset de uma marca confiável sem prejudicar o orçamento de quem o
comprar.
Agora, se ele é a melhor opção ou não, é uma outra história. Isso porque ele tem concorrentes como o Sharkoon GSone (que custa R$ 230), o Ozone Rage 7HX (que custa R$ 300) e o Patriot Viper V360
(que custa R$ 330). São produtos que podem convencer mais uma ou outra
pessoa, seja por ter melhor design ou algum recurso especial. Só que não
tem como negar que quem escolher o Cloud Drone vai sair com um produto
bastante competente. E sem pesar no bolso.
Fonte: Adrenaline