A polícia da cidade de Jaipur, na Índia, criou em abril uma linha
exclusiva para mulheres enviarem --muitas vezes de forma anônima--
denúncias de assédio. A iniciativa tem sido considerada pela polícia
local como bem-sucedida, de acordo com o jornal "The Times of India".
Pelo WhatsApp, as vítimas de assédio enviam à polícia detalhes de seus
perseguidores. Estes costumam enviar a elas fotos obscenas e mensagens
de texto pelo aplicativo, e este conteúdo é logo reencaminhado à
polícia.
"O número é frequentemente utilizado por pessoas que
não querem revelar a sua identidade à polícia. O app
permite registrar os problemas sem ter que visitar a delegacia de
polícia. A resposta tem sido enorme", disse Vikas Pathak, chefe da
polícia local.
De acordo com Pathak, o número recebeu várias
queixas de mulheres em perigo. "Há poucos dias, um menino nos enviou uma
queixa de que alguém estava enviando textos vulgares para sua mãe.
Mas sua mãe não estava disposta a ir à delegacia. Nós informamos o
departamento e rastreamos os bandidos".
Em outro incidente, uma mulher enviou as fotos de alguns rapazes que
a seguiram saindo de seu escritório. A polícia enviou instruções a um
agente para tomar medidas contra os infratores.
Desde abril
deste ano, quando foi criada a linha, a polícia recebeu 343 queixas, das
quais 49 estão pendentes. A polícia disse que os moradores estão usando
o número para denunciar estes e outros tipos de crimes e ocorrências,
como bêbados fazendo arruaça nas ruas.
Nas últimas semanas,
pessoas enviaram fotos de si mesmas presas em engarrafamentos. "Nós
informamos as autoridades policiais de trânsito sobre o congestionamento
e pedimos para enviar uma equipe da polícia para facilitar o tráfego",
disse um oficial da polícia ao jornal.
O sucesso da iniciativa contrasta com os problemas legais que o WhatsApp vem enfrentando na Índia. Dois
estudantes indianos entraram com um recurso na Justiça contra o
Facebook com o objetivo de desfazer as mudanças na política de
privacidade do WhatsApp que, segundo eles, ameaçam os direitos de
milhões de usuários.
Brasil
Iniciativas do WhatsApp na segurança pública também acontecem no Brasil há algum tempo. No ano passado, a polícia de São Paulo usou o WhatsApp para prender um suspeito de estupro. Os agentes criaram um perfil falso com a foto de uma mulher e marcaram um encontro com ele.
A Polícia Civil do Rio Grande do Sul recebe denúncias pelo app desde abril e no primeiro mês recebeu mais de 500 denúncias.
Fonte: Uol