Acabou o período do comando de Bayard Gontijo à frente da Oi. O
executivo apresentou nesta sexta-feira, 10/06, o pedido de renúncia ao
cargo ao Conselho de Administração. Gontijo assumiu o comando da Oi em
outubro de 2014, com a renúncia de Zeinal Bava, em função dos conflitos
com a Portugal Telecom, que culminaram no ´fim´ do casamento entre as
operadoras e do sonho de uma operadora brasileira com presença forte
fora do Brasil.
Gontijo enfrentou decisões relevantes como a não
participação da Oi no leilão 4G - foi a única tele que ficou de fora -
conduziu o fim do casamento com a PT e montou a estratégia para reduzir o
forte endividamento da tele. Também tentou - mas não conseguiu -
conduzir uma fusão com a TIM. "Somos protagonistas no processo de
consolidação no mercado de telecom no Brasil, o banco BTG Pactual está
atuando ativamente no papel de comissário mercantil com o objetivo de
apresentar alternativas adequadas para viabilizar a consolidação",
pontuou no seu discurso de posse em janeiro de 2015.
Como
executivo da Oi defendeu a revisão das concessões antes da definição de
um Marco Regulatório. Gontijo, em eventos como o Telebrasil e o
Futurecom 2015, sustentava: "a concessão é uma relação ´perde-perde’,
uma vez que as obrigações existentes estão obsoletas".Com a mudança de
governo e o fim do Ministério das Comunicações, as negociações estão ´em
suspenso´.
Os números da Oi mostram a delicada situação da tele em 2015: o
endividamento bateu em R$ 54,98 bilhões ao fim de um ano em que as
receitas caíram, ainda que pouco (0,5%). O prejuízo, que foi de R$ 4,5
bilhões em 2014, aumentou para R$ 5,3 bilhões.
Mas na
teleconferência de resultados, Gontijo destacou que, mesmo diante de um
cenário desafiador, a tele obteve R$ 7,2 bilhões de Ebitda de rotina e
uma melhora de R$ 1,6 bilhão do fluxo de caixa operacional.
A negociação - enfim obtida do Termo de Ajuste de Conduta com a
Anatel - foi o último ato da sua gestão. A agência reguladora aprovou a
troca de multas de R$ 3,2 bilhões por investimentos em infraestrutura de
rede, mas o acordo ainda vai passar pelo crivo do Tribunal de Contas da
União.
Essa é a segunda mudança de rumo significativa nas
operadoras brasileiras em 2016. A primeira foi a saída de Rodrigo Abreu
do comando da TIM. Agora, Bayard Gontijo também não está mais à frente
da Oi. As duas empresas que, em 2015, dominaram os rumores do mercado
com uma possível fusão e/ou consolidação. O portal Convergência Digital
disponibiliza a íntegra do comunicado da Oi à CVM.
FATO RELEVANTE
Renúncia
do Diretor Presidente Oi S.A. (“Oi” ou “Companhia”), em atendimento ao
art. 157, §4º da Lei no 6.404/76 e nos termos da Instrução CVM nº
358/02, vem informar aos seus acionistas e ao mercado em geral que o Sr.
Bayard De Paoli Gontijo apresentou nesta data sua renúncia ao cargo de
Diretor Presidente da Companhia.
O Conselho de Administração expressa o mais profundo
agradecimento ao Sr. Bayard De Paoli Gontijo pela sua integral dedicação
à Oi durante todos os 14 anos em que participou do seu quadro de
colaboradores e especialmente durante seu mandato como Diretor
Presidente, reconhecendo as contribuições e resultados significativos
atingidos pela Oi em seu processo de transformação operacional. O
Conselho deseja ao Sr. Bayard De Paoli Gontijo todo o sucesso em seus
futuros desafios profissionais.
O Conselho de
Administração, nesta data, elegeu, em substituição ao Sr. Bayard De
Paoli Gontijo, o Sr. Marco Norci Schroeder como Diretor Presidente da
Oi, que também acumulará as funções de Diretor Administrativo
Financeiro, que atualmente exerce. O Sr. Marco Norci Schroeder iniciou
sua carreira na Oi como Diretor de Controladoria no período de 2002 até
2011.
Em 2014, retornou para a empresa como Diretor
Financeiro Internacional, tendo atuado desde então como CFO da PT
Portugal. Consolidou sua carreira no mercado de Telecomunicações e atuou
na Contax Participações, NET Serviços de Comunicações e RBS. Cursou
Economia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e tem
especialização pela Harvard Business School e na Wharton School da
Universidade Pensilvânia.
Rio de Janeiro, 10 de junho de 2016.
Oi S.A.
Flavio Nicolay Guimarães