O estudo Cisco Visual Networking Index (VNI), divulgado nesta
terça-feira, 07/06, revelou um dado que pode fazer a diferença na
discussão sobre franquia de dados na banda larga fixa no Brasil. Segundo
a Cisco, o consumo médio de banda por usuário era de 15,8 GB por mês,
em 2015, e passará para 32,5 GB em 2020. O consumo por residência por
mês saltará de 41,6 GB e para 86,9GB no mesmo período.
O diretor
de relações governamentais da Cisco no Brasil, Giuseppe Marrara,
explicou que os provedores de serviços Internet praticantes do uso da
franquia de dados em diversos países estão fazendo revisão para cima do
limite do consumo de dados para acomodar a tendência de maior uso.
Falando sobre a atual discussão no Brasil - que envolve, especialmente
as operadoras de telefonia na oferta do serviço de banda larga - Marrara
acredita que deveria haver um estudo aprofundado para entender o perfil
de consumo dos usuários das diversas esferas sociais.
“O
usuário básico não deve pagar valor desproporcionalmente alto por uma
franquia existente por estar fora daquilo que faz sentido para ele”,
ponderou. Para Marrara, a melhor combinação seria as empresas terem
liberdade para ofertar pacotes que atendam aos consumidores de
diferentes perfis de consumo. “O mais importante é a competição, pois
onde existe competição o mercado funciona bem.” Segundo o estudo VNI, o
pico de consumo de banda IP no Brasil — dado que orienta o planejamento
das redes — chegará a 69 Tbps em 2020, sendo a média de consumo de 13
Tbps. Por dia, a fabricante projeta que as redes IP carregarão 144
Petabytes em 2020, um salto em comparação com os 56 Petabytes por dia em
2015.
Já a velocidade média de conexão banda larga fixa no
Brasil deve passar dos atuais 8,5 Mbps para 19,5 Mbps em 2020, quando
80% do tráfego brasileiro é esperado ser oriundo de conteúdo em vídeo,
com predominância da alta-definição e sendo acesso por dispositivos
móveis. A Cisco projeta ainda que, em 2020, haverá 141 milhões de
usuários de Internet, com penetração de 65%, acima da média global, e
uma média de 3,6 dispositivos conectados à rede por usuário.
As
televisões de 4K também terão impacto no aumento do tráfego IP. O
tráfego de alta-definição representará, em 2020, 56,7% do tráfego total
de Internet em vídeo, já a definição padrão será 37,3% e ultra HD, 6%. O
estudo da Cisco apontou que o fenômeno da migração do usuário da TV
paga para streaming, chamado de cord-cutting, ainda não deve ser
largamente observado no Brasil, ao contrário de outros países. No
entanto, o impacto que esta troca tem no tráfego de dados não deve ser
descartado, uma vez que casas que optam pelo vídeo pela internet acabam
consumindo em média 102 GB por mês, nas previsões para 2016.
No
Brasil, os computadores portáteis, que representavam 73% do tráfego IP
em 2015, serão 38% em 2020. Os smartphones passarão de 8% para 31%
dentro dos mesmos cinco anos. Em conversa com jornalistas, executivos da
Cisco explicaram que no Brasil, em 2020, as conexões fixas e com fio
sofrerão redução de 41% para 33% do total de trafego IP. A maior parte
(51%) do tráfego partirá de usuários conectados por Wi-Fi em 2020.
Fonte: Convergencia Digital