O juiz federal dos Estados Unidos Robert Bryan rejeitou um pedido da
Mozilla para que o FBI revelasse uma falha de segurança do navegador
anônimo Tor, cujo código é baseado em parte no do Firefox. A falha foi
descoberta e explorada pelo FBI em uma investigação relacionada a um
site de pornografia infantil.
Na semana passada, a Mozilla entrou com um pedido na justiça
para que o FBI lhe informasse sobre a falha do Tor. Como o Firefox
compartilha parte de seu código com o Tor, a empresa argumentou que era
do interesse das "centenas de milhões de usuários" do seu navegador que o
bug fosse mostrado à empresa, para que ela pudesse corrigí-lo.
A justiça já havia ordenado que a falha fosse revelada ao advogado de um dos réus do caso. Bryan inicialmente concordou mas, segundo a Reuters,
após receber uma recomendação do Departamento de Justiça dos EUA para
reconsiderar sua decisão, voltou atrás. Em sua decisão atual, ele
determina que nem a Mozilla nem o advogado do réu terão direito a ver a
falha do Tor.
Caçando predadores
Em fevereiro de 2015, o FBI deteve os servidores do site de
pornografia infantil Playpen, que operava na rede Tor. Em vez de
desativar o site, o órgão implantou um malware na página que lhe
permitiu rastrear e identificar os 214.898 membros do site. Em duas
semanas, o FBI abriu investigações contra milhares de usuários.
Ao todo, 137 cidadãos dos EUA estão sendo acusados no caso. No
entanto, alguns deles conseguiram faze com que a justiça norteamericana
invalidasse as provas contra eles coletadas dessa maneira, julgando-as
"inadmissíveis no tribunal".