Reduzir o pessoal - pela primeira vez em 15 anos de existência – foi
uma das consequências da grave crise que abateu a fabricante brasileira
PadTec na virada de 2014/2015, mas passada a fase de reestruturação
operacional e revisão de linhas de produtos e de modelo de negócios, a
PadTec aparece no cenário internacional a partir de uma decisão da
Google: a fabricante será a gestora e executora do cabo submarino
Júnior, que interligará São Paulo ao Rio de Janeiro. A solução terá
aproximadamente 390 quilômetros de extensão e oito pares de fibras.
Previsão para a obra ser finalizada é final de 2017.
"A Google tem uma trajetória de abrir mercados ao não usar ´marcas´
nas suas infraestruturas. Esse contrato nos permitiu vencer dois grandes
rivais no mercado submarino e nos fez ver que fizemos a opção correta
ao abandonar linhas de produtos que não estavam dando retorno para mirar
a nossa especialidade. Temos um navio próprio para ajudar nessa
montagem. A Rússia não tem. A Índia não tem", conta o presidente da
PadTec, Manuel Andrade, em entrevista ao portal Convergência Digital.
Se o mercado de cabos submarinos está aquecido – muito por conta da
forte demanda da Internet – o segmento local segue em retração. Segundo
Andrade, o momento, hoje, é muito semelhante ao de 2015, quando houve
uma retração nas vendas para os grandes players, mas mostra um sinal
positivo: os provedores Internet estão comprando e hoje já têm um forte
impacto na receita da PadTec.
"Historicamente as grandes operadoras respondiam por 80% da receita.
Hoje temos os provedores Internet e outros players construindo redes no
Brasil. Isso nos trouxe um novo mercado e nos permitiu enfrentar essa
retração das grandes", pondera Andrade. As OTTs, que aqui no Brasil
ainda não estão investindo em rede, passam a ser um mercado a ser
conquistado.
"Nos Estados Unidos, o Google tem rede de fibra. O Facebook anunciou
que fará a dele. Acredito que mais à frente, outros também o farão. As
OTTs não querem fazer negócios com as teles tradicionais. Vamos ter um
novo e promissor mercado pela frente. O Brasil é um mercado consumidor
forte e vai ter investimentos", preconiza o presidente da PadTec.
Mas há esperança para o segundo semestre. "Não tenho bola de cristal
para definir esse ano com a crise política e econômica, mas,
sinceramente, não dá para segurar mais. As redes precisam crescer e as
operadoras sabem disso. O 4G está expandindo de forma muito rápida e
exige infraestrutura. Nós, fabricantes temos que estar prontos e saber
entender a demanda delas", completa Manuel de Andrade.
Fonte: Convergencia Digital