CRISE CHEGA AO ALTO ESCALÃO E CEOS PAGAM A CONTA COM SEUS CARGOS
4/19/2016
A
troca de CEOs no Brasil, Argentina e Chile dobrou em 2015, segundo
pesquisa feita pela Strategy& PwC, que analisou a rotatividade nos
cargos mais altos de 175 companhias de capital aberto da região Cone Sul
— que inclui Brasil, Argentina e Chile — bem como nas 2.500 maiores
empresas do mundo.
Ao longo de 2015, mais de 20% das companhias
da região Cone Sul trocaram seus comandantes — quase o dobro dos 11%
registrados em 2014. Globalmente, 16,6% das empresas trocaram CEOs,
maior número desde o início da pesquisa, há 16 anos. A pesquisa aponta
que, ao invés de apostar nas pratas da casa, as companhias estão optando
por buscar seus novos presidentes no mercado em maior quantidade. Os
dados foram revelados em reportagem do jornal Valor Econômico.
De
acordo com Paolo Pigorini, sócio da Strategy& PwC, o aumento nas
trocasde CEOs na região Cone Sul é consequência dos últimos anos de
turbulência economia. “A crise econômica e política levou a uma série de
situações de baixa performance das empresas, e os escândalos não
ajudaram”, diz. Dentre essas trocas, quase 5% foram demissões, 13% foram
casos de sucessão planejada e 3,4% foram situações em que o CEO saiu
decorrente de uma fusão ou aquisição.
Com resultados fracos e, no
caso de empresas envolvidas na Operação LavaJato, a necessidade de
renovar a imagem perante o público, a saída de muitas empresas foi
apostar em executivoschefes de fora da companhia. Dentre as trocas das
empresas do Cone Sul em 2015, 43% trouxeram profissionais do mercado,
quase o dobro da média global (23%).
Ambos os números, no
entanto, representam incremento em relação a anos anteriores e apontam,
na opinião de Pigorini, para uma tendência de as empresas estarem mais
abertas a candidatos de fora como parte do planejamento sucessório da
companhia. “Nos últimos três anos, as empresas estão deliberadamente
trazendo CEOs de fora como parte do plano de sucessão, e não apenas em
casos de emergência”, diz.
O relatório aponta que essa situação
acontece com mais frequência quando a companhia está indo mal e quando o
presidente do conselho de administração não foi CEO anteriormente e,
portanto, tem menos ligação com a empresa. “CEOs de fora também são mais
considerados quando o executivo substituído também é de fora, pois a
chegada dele motivou uma troca de talentos no time de liderança e acabou
criando um vácuo de candidatos”, diz.
Embora a maior parte dos
dados aponte os efeitos da crise econômica, Pigorini vê tendências
positivas na pesquisa. “Nossas economias passaram por momentos muito
turbulentos, mas as empresas não estão simplesmente observando, elas
estão se mexendo”, diz o consultor.
O maior número de trocas também levou à contratação de mais mulheres —
elas representam 12% dos novos CEOs, quando em 2014 não houve nenhuma.
Também subiu o percentual de profissionais de setores diferentes da
empresa e de executivos mais jovens que no resto do mundo. No Cone Sul, a
mediana de idade dos novos CEOs é 51 anos, enquanto globalmente é 53.
Fonte: Convergencia Digital
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