A conferência F8 do Facebook trouxe hoje uma série de
anúncios interessantes sobre os planos da empresa para o futuro. Boa
parte das informações veio do próprio Mark Zuckerberg, CEO e co-fundador
da rede social, durante a fala inicial do evento, quando ele delineou
“o nosso mapa de estrada para os próximos 10 anos”.
Segundo o CEO
do Facebook, a empresa age da seguinte maneira: ela busca novas
tecnologias que têm potencial, transforma-as em aplicativos que podem
atingir grandes públicos e, na sequência, expande esses aplicativos para
“ecossistema”: plataformas que podem ser expandidas com a ajuda de
outros desenvolvedores, que podem criar apps e serviços integrados a
ela. A imagem acima ilustra essa estratégia.
A rede social Facebook é o primeiro exemplo de plataforma
da empresa. Atualmente, além de já possuir mais de um bilhão de
usuários, ela também permite que empresas, negócios e desenvolvedores a
utilizem para seus próprios fins. No futuro, a empresa pretende
transformar outros produtos seus (como o Messenger) em plataformas
semelhantes.
Essas são, em linhas gerais, as diretrizes de
crescimento do Facebook. No entanto, Zuckerberg também deu informações
concretas sobre quais objetivos a empresa pretende atingir ao longo
desse caminho. Esses objetivos são pequenas etapas na missão da empresa
de, em dez anos, permitir que qualquer pessoa compartilhe qualquer coisa
com qualquer outra. Confira:

Melhorar a comunicação entre pessoas e negócios
“Nunca conheci ninguém que gostasse de ligar para um
negócio”, disse Zuckerberg durante sua fala. De fato, comunicações com
empresas para funções como cancelamento de planos de internet fixa ou
alterações de dados cadastrais podem ser bastante problemáticas. A
empresa hoje anunciou o lançamento de uma plataforma de robôs para o Messenger
que tem como objetivo facilitar transações desse tipo, e permitir que
pequenas empresas e negócios se comuniquem de maneira mais eficiente com
seus clientes.
Popularizar os vídeos ao vivo
O Facebook vem investindo pesadamente no Live,
sua ferramenta de vídeos ao vivo, para disputar espaço com soluções
semelhantes do Youtube e do Twitter (o Periscope). Segundo Zuckerberg,
trata-se de uma tecnologia que pode aproximar muito as pessoas: urante a
conferência, ele comentou, a título de exemplo, sobre o caso de uma
mulher que transmitiu ao vivo o seu casamento para que sua mãe, que
estava doente, pudesse vê-lo. E hoje, a empresa anunciou o lançamento de
uma API que permitirá que qualquer câmera ou app transmita vídeo ao vivo para a rede.
Levar internet a mais pessoas
Parte do objetivo do Facebook de conectar todas as pessoas
do mundo envolve levar a internet a pessoas que ainda não têm acesso a
ela. Hoje, Zuckerberg falou sobre duas iniciativas da empresa que vão
nesse sentido: o lançamento de um satélite que transmitirá dados para a
região da subsaariana da África, e a construção de drones movidos a energia solar capazes de transmitir internet para as regiões que sobrevoam.
Baratear o custo de dados
Outra estratégia da empresa para tornar o acesso á internet
mais disseminado no mundo é reduzir o preço dos planos de
conectividade. Segundo o CEO da empresa, uma das atitudes que eles estão
tomando nesse sentido é travar parcerias com empresas de
telecomunicações para desenvolver equipamentos e software de código
aberto que torne mais barato o acesso a planos de dados fixos e móveis.
Melhorar a eficiência dos dados
Além de levar internet a mais pessoas, o Facebook também
planeja levar mais internet a pessoas com planos limitados de dados.
Hoje a empresa falou sobre algumas ferramentas que vão ao encontro desse
objetivo, como um framework mais leve para que desenvolvedores de
aplicativos consigam fazer suas criações trocarem o mesmo volume de
informações usando cerca de um quarto dos dados.
Construir sistemas que sejam melhores que pessoas em percepção
Zuckerberg também disse ter a ambição de criar
inteligências artificiais que sejam melhores que humanos em ler, ver e
ouvir. Como exemplo, ele citou a tecnologia de reconhecimento facial do
Moments, o sistema mais avançado do mundo (segundo ele) com esse
propóstivo. No futuro, ele também pretende que esses sistemas consigam
“ler” o conteúdo das postagens, imagens e vídeos que os usuários
compartilham e curtem para oferecer recomendações melhores. E, para
facilitar esses objetivos, a empresa abriu hoje o código de seu módulo
Torch de inteligência artificial e dos servidores de GPUs que utiliza
para treinar suas redes neurais.
Criar novas experiências com realidade virtual
O Oculus Rift, equipamento de realidade virtual do
Facebook, foi lançado recentemente, mas a empresa já está pensando no
futuro da tecnologia. Zuckerberg disse que a Oculus deverá lançar em
breve controles para o equipamento que permitirá aos usuários interagir
com os ambientes virtuais. Quando dois usuários puderem se conectar pela
internet usando seus Rifts e controles, será possível, por exemplo,
jogar ping-pong virtual com alguém do outro lado do mundo. E o CEo da
empresa ainda falou sobre a possibilidade de, no futuro, desenvolver
óculos que misturem realidade virtual com realidade aumentada.
Transformar objetos em aplicativos