Há uns meses, a internet foi invadida
por cachorros com seis olhos, pernas humanas que na verdade
eram lesmas, e outras imagens que mais pareciam uma viagem de ácido. Na
verdade, estes foram os sonhos de uma inteligência artificial
desenvolvida pelo Google. E era só uma questão de tempo até a tecnologia
inspirar novas formas de arte.
Este dia chegou. A Gray Area Foundation, em colaboração com o Google
Research, criou a primeira exposição de arte a fazer uso de formas de
computação inspiradas na biologia, as chamadas redes neurais
artificiais. A mais famosa delas é a Deep Dream,
um algoritmo que pega imagens cotidianas de, digamos, nuvens e destaca
os contornos até revelar porcos-caracóis e pássaros-camelos. (Explicamos aqui como ela funciona.)
A exposição, entretanto, também inclui outras ferramentas baseadas em redes neurais, como a style transfer,
que “usa representações neurais para separar e recombinar o conteúdo e o
estilo de imagens arbitrárias”. Isto permite ao artista unir um Manet e
um Picasso da mesma fora que um DJ mixa uma música house com uma música
pop.
A exposição,
que aconteceu na sexta-feira no Gray Area Art & Technology Theater,
em São Francisco (EUA), incluiu 29 obras de arte feitas por redes
neurais, criadas por artistas no Google e em todo o mundo. Foi um evento
único, com ingressos limitados e peças leiloadas. Para quem não pôde
ir, a Gray Area Foundation nos deixou dar uma olhadinha no melhor da
exposição.