Antes uma ferramenta extremamente cara e estritamente usada apenas por agentes da lei e militares, as câmeras térmicas agora estão acessíveis para todo mundo
que tiver um smartphone na forma de um acessório de US$ 250. Com o
novo Caterpillar S60, sensores de imagens térmicas começam a ser
incorporados a smartphones.
A câmera térmica FLIR ONE começou a vida como um case para iPhone 5,
mas acabou sendo adaptada para um stick compacto que se conecta à porta
microUSB (Android) ou Lightning (aparelhos iOS). Com o novo smartphone
CAT S60, no entanto, o sensor Lepton que permite que as câmeras FLIR
vejam mesmo na escuridão total finalmente foi integrado ao dispositivo
em si, junto à sua câmera traseira.

O primeiro smartphone a contar com um sensor de câmera térmica
integrado não é exatamente fino. O novo CAT S60 tem um pouco mais de
12mm de espessura, mas não chega a ser um problema muito grande já que
ele não é voltado para o consumidor médio que quer dispositivos finos
que caibam no bolso.
Como faz parte da marca Caterpillar, conhecida por suas máquinas
monstruosas de construção amarelas, o CAT S60 foi projetado para aqueles
acostumados a lidar com ferramentas grandes e pesadas durante o dia
inteiro. Mas não é só a adição do sensor FLIR Lepton, ou da bateria de
3,800 mAh, que são responsáveis pelo tamanho avantajado do smartphone.

Para garantir que o CAT S60 seja tão resistente quanto as máquinas
que levam o nome Caterpillar, ele conta com uma armação de aço fundido
reforçado no seu interior, e foi projetado para exceder as
especificações militares 810G de resistência. Em termos civis, seu corpo
e sua tela Gorilla Glass 4 conseguem sobreviver a quedas em concreto de
uma altura de até 1,70 metros.
O S60 também conta com a resistência à água de seus antecessores.
Versões anteriores do dispositivo conseguiam não só sobreviver como
também funcionar a profundidades de até 2 metros. Mas mexa em alguns
botões na parte frontal do dispositivo, que selam o alto-falante,
entrada de fone de ouvido e de microfone, e o CAT S60 passa a funcionar
perfeitamente debaixo d’água, por cerca de uma hora, a profundidades
superiores a 5 metros.
Em outras palavras, não é preciso deixá-lo escondido e protegido no bolso durante dias de chuva no trabalho.

O público-alvo do CAT S60, que inclui engenheiros, operários de
construção, inspetores, e qualquer pessoa que precise de um smartphone
bem resistente, provavelmente não se importa com as especificações
técnicas. Mas nós nos importamos.
Disponível em algum momento próximo a junho deste ano por US$ 599, o
CAT S60 é quad-band e conta com 32GB de armazenamento interno, 3GB de
RAM, e um processador Snapdragon Octa-core rodando o Android
Marshmallow. Sua tela Gorilla Glass de 4,7 polegadas também pode ser
usada com dedos molhados ou luvas, mas a resolução de 1280×720 deve
impedir de fazer dele um bom dispositivo para consumo de mídia.
Ele conta com rastreamento de localização usando GPS, Glonass, e até a
rede de satélite chinesa Beidou. E o CAT S60 também conta com
Bluetooth, NFC, rádio FM, e sensores de barômetro e altímetro.

A câmera frontal tem 5 megapixels, enquanto a traseira tem 13. Mas
como ela fica próxima ao sensor térmico do smartphone, é possível usar
as duas ao mesmo tempo para tirar uma foto híbrida a partir do que foi
capturado pelas duas. Essa foi uma das mais importantes inovações
introduzidas com o FLIR ONE, e permitiu que quem não está familiarizado
com imagens térmicas seja capaz de decifrar facilmente para o que eles
estão olhando.
Assim como acontece com apontadores laser, ficamos fascinados com
dispositivos de imagens térmicas sempre que temos a oportunidade de usar
um. Encontrar um uso prático e diário para esses dispositivos, no
entanto, não é fácil, e gastar US$ 250 em uma novidade tecnológica não é
uma grande ideia.
Mas ande ao redor de uma construção e você verá inúmeros usos para
uma câmera térmica. Aquela armação de janela foi devidamente isolada? Os
fios estão superaquecendo? Qual cano está transportando água quente?
Por mais que o CAT S60 não seja bonito como um iPhone 6 ou Galaxy S6
Edge, ele vai ser a ferramenta encontrada em uma obra que mais vai
causar inveja – depois, claro, daquelas bolas de demolição.
Fonte: Gizmodo