O serviço premium OTT vai registrar um forte crescimento no período de
2015 a 2018 no Brasil, Argentina e México. Aqui, o mercado passará de
US$ 180 milhões para US$ 460 milhões, com um bom espaço para os grupos
regionais crescerem nesse segmento de mercado, aponta uma pesquisa feita
pela MTM e divulgada nesta quinta-feira, 11/02, pela Vindicia, empresa
ligada ao faturamento empresarial de assinaturas, e a Ooyala,
fornecedora de vídeo, análise e tecnologia de publicidade. O Netflix é o
grande dominante respondendo por 66% do mercado
"O mercado de
OTT premium na América Latina se desenvolveu de forma relativamente
lenta, apesar da forte presença da Netflix na região, porém importantes
players locais estão agora se preparando para crescer neste mercado. Há
um considerável espaço livre para isso, especialmente em pontos de
preços mais baixos. Enquanto Netflix e outros concorrentes
internacionais terão de preencher a lacuna de conteúdo local, todos
deverão enfrentar os desafios de infraestrutura de banda larga frágeis,
estimular o conhecimento e a mudança de comportamento do consumidor,
além de métodos de processamento de pagamento", disse Jon Watts,
sócio-diretor da MTM.
O levantamento destacou ainda quais são os desafios para os OTTs na América Latina:
Infraestrutura de banda larga insuficiente:
Limitada
penetração da banda larga nos países latino-americanos é uma barreira
significativa para os serviços prestados através da Internet. Existem
apenas 10-15 assinaturas de banda larga de linha fixa para cada 100
habitantes nos principais países da América Latina, em comparação com
30-35 no Canadá e nos EUA. Além disso, dessas conexões de banda larga,
menos de 60% no México e menos de 30% no Brasil fornecem uma conexão
mais rápida do que 4 MBps, o que é considerado o mínimo para streaming
de conteúdo OTT premium.
Fortes provedores de TV locais:
Em
toda a América Latina, fortes prestadores de serviços de TV paga locais
continuam a investir pesado na produção de conteúdo, direitos e novos
serviços, possuem um poder de mercado significativo e fortes relações de
consumo. A visualização de TV linear ainda está crescendo e muitos
consumidores parecem satisfeitos com as ofertas de TV existentes.
Altos índices de pirataria:
Os
participantes da indústria na América Latina falaram abertamente sobre a
disseminação e aceitação de conteúdo pirata online, com estudos
recentes que sugerem que cerca da metade dos usuários de internet na
América Latina acessam conteúdos pirateados.
Complicações quanto a pagamentos:
O
pagamento é percebido como uma grande barreira para a expansão de OTT
premium na América Latina. A penetração do cartão de crédito é baixa e
os consumidores são frequentemente relutantes e incapazes de pagar por
produtos e serviços online. Como não se espera que esta situação mude
significativamente, prestadores de serviços de OTT buscam cada vez mais
oferecer métodos alternativos de pagamento, com diferentes abordagens em
cada mercado - por exemplo, cartões-presente são aceitos como uma opção
atraente no México, mas não no mercado brasileiro.
"Não há
dúvida de que os telespectadores latino-americanos irão consumir
streaming de conteúdo, como o resto do mundo", disse Caitlin Spaan,
vice-presidente sênior de marketing da Ooyala. "Por exemplo, os
participantes da indústria local esperam que os serviços de nicho venham
a se proliferar em toda a região, o que sugere que em 2018 haveria até
40 fornecedores de serviços especializados com mais de 50.000 assinantes
no México, até 20 no Brasil e até 15 na Argentina. Os nichos mais
atraentes e lucrativos seriam programação infantil e esportes -
especialmente o futebol. Também há grande potencial para filmes
especializados, música, religião e estilo de vida".
A MTM
entrevistou 60 executivos de alto nível que atuam em tecnologia, mídia e
indústrias de entretenimento, incluindo estúdios e emissoras,
detentores de direitos, distribuidores de programação de vídeo
multicanal (MVPDs), fornecedores dos mercados de massa e de nicho de
OTT, empresas de vídeo online, produtores e investidores.
Fonte: Convergencia Digital