Físicos na Alemanha usaram um dispositivo experimental de fusão nuclear para produzir plasma de hidrogênio
em um processo semelhante ao que ocorre no Sol. O teste é um marco
importante na busca por essa fonte futurista de energia nuclear limpa e
barata.
Em um evento com a presença da chanceler alemã Angela Merkel (que é
PhD em física), pesquisadores do Instituto Max Planck em Freikswald
ligaram o stellarator Wendelstein 7-X,
um reator de fusão nuclear experimental. Eles deixaram Merkel fazer as
honras, aliás. Esse stellarator de US$ 435 milhões será usado pelos
físicos para testar a viabilidade de um futuro reator de fusão.
Diferentemente da fissão nuclear, na qual o núcleo de um átomo é
dividido em partes menores, a fusão nuclear cria um único núcleo pesado a
partir de dois núcleos mais leves. A mudança de massa resultante produz
uma quantidade significativa de energia, e os cientistas acreditam que
ela pode ser aproveitada como uma fonte viável de energia limpa.
Provavelmente levaremos décadas (ou muito mais) antes de a energia de
fusão nuclear estar disponível, mas defensores da tecnologia dizem que
ela pode substituir combustíveis fósseis e reatores de fissão nuclear
convencionais. Diferentemente de reatores de fissão nuclear, que
produzem grandes quantidades de lixo radioativo, o subproduto da fusão
nuclear é considerado seguro.

(via Max-Planck-Institut für Plasmaphysik, Tino Schulz)
Em dezembro, essa mesma equipe de cientistas ativou o dispositivo pela primeira vez, aquecendo uma pequena quantidade de hélio.
E, durante o experimento mais recente, um pulso de 2 megawatts de
micro-ondas foi usado para aquecer o gás hidrogênio e convertê-lo em
plasma de hidrogênio com densidade extremamente baixa.
“Com uma temperatura de 80 milhões de graus e uma vida de um quarto
de segundo, o primeiro plasma de hidrogênio do dispositivo atingiu
completamente nossas expectativas,” disse o físico Hans-Stephan Bosch em
um comunicado à imprensa.
O W7-X não deve produzir nenhuma energia, mas será usado como teste
para muitas condições extremas que dispositivos futuros estarão sujeitos
a enfrentar para gerar energia. As temperaturas dentro do dispositivo
podem atingir 100 milhões de graus Celsius.