A EMC e a Dell só aguardam a conclusão das aprovações na Europa e nos
EUA para iniciarem a integração no Brasil. Carlos Cunha, presidente da
EMC, informa que a integração no Brasil seguirá o mesmo modelo global,
com a EMC atuando como unidade de negócios enterprise da Dell, reunindo
os produtos EMC e os servidores Dell.
Para Cunha, que está se aposentando formalmente, neste momento é
irrelevante especular quem assumirá a presidência. Ele explica que a
integração ainda não começou porque, até que a Security and Exchange
Commission (SEC), autoridade reguladora do mercado de capitais dos
Estados Unidos, aprove, as duas empresas atuam até de forma concorrente
no mercado.
“O menos importante é discutir se eu fico ou se o
Luiz Gonçalves fica. Vamos formar uma empresa tão grande, que o mais
importante agora é garantir que a integração seja rápida e com sucesso,
pela sinergia que ela traz. Quando for autorizada, o meu foco será
promover essa sinergia”, reitera Cunha. A Dell já foi parceira da EMC de
2005 a 2009 comercializando os produtos em OEM. “No Brasil foi um
sucesso muito grande e nos demos muito bem. Eu estou muito otimista com
essa integração devido a esse sucesso”, reforça.
Cunha explica
que a aprovação vem se dando em várias fases. A primeira, encerrada em
12 de dezembro, foi o que se denomina de “go shop”, período em que
alguma outra empresa poderia dar um lance maior do que os US$ 67 bilhões
propostos pela Dell, o que não ocorreu. Atualmente, o processo
encontra-se na segunda fase, de aprovação dos acionistas, o que deve
ocorrer até abril. Em seguida, será necessária a aprovação da SEC, da
Comunidade Europeia e de outros países.
“A expectativa é de encerrar tudo entre maio e outubro desse ano. Não
há nenhuma razão para eles não aprovarem, mas é preciso esperar a
conclusão do processo”, diz Cunha. Como as duas empresas têm alto nível
de complementariedade e baixo nível de concentração, o executivo
acredita que não serão estipuladas restrições regulatórias.
“Ainda
há muita concorrência no mercado: IBM, HP, Oracle. Não estamos
prejudicando a concorrência, então não vemos razão para haver um não ao
processo. Mas temos de aguardar. Em relação aos acionistas, a
expectativa é de aprovação, pois foi um pagamento muito alto, mostrando o
valor que a empresa tinha. E vale lembrar que a maior parte do
pagamento será em dinheiro. Em ação dá US$ 33,15, desse total, US$ 24
será em dinheiro e o restante em ação da VMWare. Essa nova empresa
resultante será muito benéfica para o acionista, o cliente e nosso
ecossistema de parceiros e pessoas, porque há uma sinergia muito
grande”, defende Cunha.
A empresa resultante da fusão terá 180
mil funcionários e receitas de US$ 80 bilhões. A EMC passa a ser a
unidade de negócios enterprise, abrangendo os produtos da empresa e os
servidores Dell. A sede dessa unidade de negócios será em Boston e terá
como presidente o CEO global da EMC David Goulden. As demais unidades de
negócio da Dell continuam em Austin.
“A expectativa é de que
essa unidade tenha uma representatividade de US$ 30 bilhões dos US$ 80
bilhões de receitas”, estima Cunha. Um ponto importante que mostra a
sinergia, é a capacidade de atuação no mercado em negócios diferentes. A
EMC com uma grande capacitação para o enterprise, e a Dell com perfil e
capacitação para o SMB.
“A gente passa a atuar no modelo que o mercado solicita, abrangendo
todo o espectro. Além disso, a EMC vai poder potencializar ainda mais a
capacidade de pesquisa e desenvolvimento da Dell. E a capacidade da
Dell de logística vai trazer ganhos para os produtos da EMC. Então a
sinergia é enorme, quase não há conflito”, comemora.
Fonte: Convergencia Digital