Apesar de se destacar entre os países da América Latina, o Brasil
"nunca vai ser um Vale do Silício" --região norte-americana conhecida
por abrigar empresas de inovação tecnológica--, segundo Nina Lualdi,
diretora de inovação da Cisco para América Latina.
"O Brasil
está muito à frente do que seus vizinhos em termos de inovação. Nos
outros países da América Latina é muito difícil encontrar projetos
inovadores e de relevância para aplicação de recursos", afirmou Nina,
durante o Cisco Live --evento regional da empresa para clientes e
parceiros da região--, realizado em Cancún (México).
Nina
destacou a criatividade do brasileiro, mas diferencia a inovação
tecnológicas desenvolvida no país e a praticada nos Estados Unidos. "No
Brasil, assim como na América Latina, o problema é básico: educação,
saúde, segurança. É preciso pensar em soluções para essas questões, e
não há como pensar em disrupção [revolução]."
A chamada inovação
"disruptora", na opinião dela, é mais rara na América Latina. "Ainda
assim, não é isso que faz falta, ganham destaque aquelas ideias que não
necessariamente são disruptoras, mas que têm um impacto positivo, capaz
de mudar problemas de raiz,"
E boas ideias não faltam no Brasil,
de acordo com Nina. "Não precisa de mais ideias, o que precisa é de
mais projetos. As empresas e os governos precisam investir em projetos.
As ideias surgem quando se tem uma necessidade", diz a especialista,
que acrescenta também a necessidade de uma participação do governo no
desenvolvimento das startups.
"Outra diferença da inovação
desenvolvida na América Latina e nos Estados Unidos está relacionada ao
importante papel do governo. Não com a criação de fundos de
investimentos, mas com um marco regulatório --que inclua um marco
tributário viável-- que facilite as startups a cooperar com a
apresentação de soluções de problemas básicos."
Não à toa 90% da
verba de venture capital --fundo de investimento aplicado em inovações
tecnológicas-- da empresa para a região é direcionada para projetos
brasileiros. Nem mesmo a crise econômica afetou os investimentos de US$
20 milhões.
Fonte: Uol