Ninguém faz questão de ficar no quarto em que morava Mark Zuckerberg
quando ele criou o Facebook: é um lugar pequeno, apertado e que ainda
por cima recebe de vez em quando a visita de estranhos curiosos em
conhecer o berço da maior rede social do mundo.
Como escreveu Dugan Arnett em uma reportagem para o Boston Globe,
na Kirkland House, um dos prédios com os dormitórios dos alunos da
Universidade de Harvard, nos EUA, dentro do apartamento H33, um jovem
estudante criou aquilo que se tornaria uma potente rede social com
planos de se tornar a internet. Isso foi em 2004: onze anos depois,
quase ninguém sabe que esse importante capítulo da história da internet
começou a ser escrito lá.
E também não há nada por lá dizendo isso. “Não há nenhum sinal em
frente, nenhuma placa na porta, nenhuma indicação de que esse é o
dormitório que deu origem a um fenômeno cultural”.
A desinformação vale até para seus moradores. O atual trio de
estudantes que mora lá só ficou sabendo que estava em um quarto
histórico depois de se mudar para lá. As estudantes preferiam não ficar
naquele quarto: é um lugar pequeno e apertado e que não se parece em
nada com o apartamento mostrado no filme A Rede Social.
“Com cerca de 46 metros quadrados, as paredes são
pintadas com um branco industrial monótono. Um dos quartos tem,
inexplicavelmente, cinco portas diferentes. Não tem ar condicionado e
nem TV a cabo. Durante os meses mais quentes, os moradores andam com um
ventilador elétrico de um lado para o outro. Ao ver o quarto pela
primeira vez, um parente de um antigo ocupante o comparou com uma
“prisão”.
No ano passado, quando o Facebook completou dez anos, os moradores do
apartamento foram surpreendidos por estranhos que estavam na porta com
bolo e cerveja. Eles queriam comemorar o aniversário da rede social no
lugar em que tudo começou. “Não fazemos ideia de como eles entraram”,
disse um dos então moradores.
Morar em um lugar apertado demais, quente e que ainda por cima pode
receber a visita de estranhos com alguma frequência não é lá muito
animador, então dá para entender porque o tal apartamento não entra nas
prioridades dos novos alunos de Harvard, que provavelmente buscam um bom
ambiente para estudar.