A Samsung faz excelentes smartphones tops de linha, e os exemplos
claros disso são modelos como o Galaxy S6, o Note 5 e a família S6 Edge.
No entanto, não são estes aparelhos de alto preço que fazem da
companhia a maior fabricante do mundo em volume de aparelhos vendidos.
São os intermediários e os aparelhos de baixo custo.
Só que, pelo menos no Brasil, a empresa perdeu seu charme nesta área.
Há alguns anos veio o Moto G e dominou o mercado. Hoje temos Asus,
Xiaomi e Motorola brigando por este mercado com mais força, o que é algo
que não interessa de forma alguma à Samsung, que tem o seu Galaxy Gran
Prime Duos como seu best-seller no Brasil, mas que não aparece na lista
do “top of mind” quando o assunto são celulares intermediários. Uma nova
tentativa de voltar a ter real força neste mercado é o Galaxy J5.
O modelo saiu há pouco tempo e tem algumas coisas que podem chamar a
atenção do público e podem diferenciá-lo do resto do mercado. Mas é o
bastante? É o que vamos descobrir:
Design

O aparelho é bastante condizente com a identidade visual de quase
todos os aparelhos Samsung, com exceção dos tops de linha. O aparelho
conta com uma traseira plana de plástico com um pequeno volume extra na
região da câmera, o que se tornou um padrão da empresa. Os cantos, no
entanto, são arredondados e metálicos o que torna o aparelho mais
ajustado à pegada humana, mas ao mesmo tempo, os deixa escorregadios, o
que é um problema um pouco incômodo.
O modelo em si é bonito, com o toque metálico dando um brilho a mais
ao aparelho. A tela de 5 polegadas poderia deixar o aparelho enorme, mas
houve um esforço de redução de bordas para que o modelo não ficasse tão
grande assim. No entanto, ele ainda parece grande comparado a um Moto X
Play, por exemplo, que tem uma tela de 5,5 polegadas, mas tem quase o
mesmo tamanho físico do Galaxy J5.
Desempenho e bateria
O modelo é intermediário e não tenta esconder isso, com um
processador Snapdragon 410 quad-core de 64 bits. É o mesmo usado em
aparelhos como o Moto G3 e o Redmi 2, embora conte com 1,5 GB de memória
RAM, que é um pouco mais do que estes outros modelos (embora o Moto G
tenha uma versão de 2 GB), o que é necessário com o software mais
pesado, já que a TouchWiz ainda é uma customização do Android que exige
mais do aparelho.
Os testes de benchmark atestam isso. Em basicamente todos, ele fica
um pouco atrás dos concorrentes, o que não é impressionante para um
modelo novo que tenta desbancar nomes que já caíram no gosto do público.
Não significa que o aparelho seja lento para o uso mais simples
(definitivamente não sentimos isso nos testes), mas isso será sentido em
tarefas mais pesadas como jogos.
No entanto, há um ponto bastante positivo em um desempenho mais
ameno: a duração de bateria. O aparelho é mais do que capaz de levar o
usuário por um dia inteiro de uso, sendo uma das baterias mais
duradouras no mercado atualmente, não muito distante do desempenho que
encontramos em modelos como o Moto X Play, que é o aparelho campeão em
duração hoje no mercado. E isso com uma bateria consideravelmente menor,
de 2.600 mAh.
Tela
Aqui está um diferencial positivo do J5 em comparação com o restante
do mercado: tela AMOLED. Embora a resolução esteja na média, apenas
720p, a tecnologia usada no display do aparelho o destaca dos demais.
Para quem não sabe, o OLED e o AMOLED permitem que o celular acenda
pontos individuais na tela, o que evita desperdício de energia visto em
telas LCD e LED comuns. Nestes últimos casos, há um backlight (uma luz
de fundo) que se acende por inteiro e permitem aos pixels mudarem de
cor. Isso faz com que o preto nunca seja um preto real, que é uma
ausência de luz. Isso é perceptível principalmente quando você está no
escuro. No J5, o preto é preto e não há backlight, o que faz bastante
diferença, principalmente na duração de bateria.
Câmera
É acima da média para um aparelho de menos de R$ 1 mil, contando com
alguns recursos interessantes, como ajuste manual de foco e alguns
recursos mais avançados como balanço de branco, ajuste de exposição e
alteração de ISO.
A abertura F/1.9 permite brincar um pouco com a profundidade das
fotos, embora ele não seja muito óbvio, como você pode ver nas fotos
abaixo. Em uma delas, o Luigi-bonequinho foi o foco, na outra o Mario
bonequinho toma o centro. Você pode clicar nas fotos para vê-las em
tamanho cheio.

A câmera também foi bem capaz de fotografar em ambientes externos e se saiu bem.

Na parte da frente, há um sensor de 5 megapixels com o diferencial do
flash frontal. Ele, infelizmente, não conta com todos os recursos do
sensor traseiro e nos nossos testes apresentou a tendência a fazer fotos
um pouco borradas.
No entanto, a iluminação frontal é um toque especial, principalmente
para esta fase da “selfie”. O LED não é usado apenas como flash, mas
também permite que a pequena lâmpada fique acesa o tempo todo,
auxiliando bastante a fotografia em ambientes com iluminação ruim. A
lente também é capaz de capturar imagens com um ângulo amplo, permitindo
que as pessoas não sejam cortadas das fotos. Em casos em que haja mais
pessoas, também há o recurso de “selfie panorâmica” que captura um
ângulo de até 120 graus.
Software
O aparelho roda a versão mais recente do Android, a 5.1, com a
TouchWiz que você já conhece. Com o Lollipop, ela ficou mais light, mas
ainda é mais poluída do que deveria. No J5, ela se aproxima bastante do
que vemos em tops de linha como o S6, mas com o o diferencial negativo
de bloatware: há muitos joguinhos e aplicativos irrelevantes
pré-instalados que não deveriam estar lá. Felizmente, a maioria pode ser
removida.
Há alguns recursos interessantes, porém. Um exemplo é o My Knox, que
era uma ferramenta de segurança da Samsung adaptada para um uso mais
cotidiano. Ele cria dois ambientes distintos no celular, permitindo que o
usuário instale o mesmo aplicativo duas vezes. Isso abre possibilidades
como usar duas contas do WhatsApp no mesmo celular, instalar duas vezes
o Instagram, etc. Estes aplicativos podem funcionar simultaneamente,
sem precisar trocar de perfil de usuário.
Conclusão
A Samsung tem em mãos um bom aparelho intermediário. Ele não é o que
há de melhor em desempenho, e provavelmente deve causar incômodo em quem
tente acessar jogos mais pesados, por exemplo. No entanto, ele compensa
com uma boa duração de bateria, uma câmera acima da média da faixa de
preço e uma tela que traz tecnologia AMOLED, que é superior ao LCD que
normalmente os aparelhos da faixa de preço normalmente ostentam.
O modelo chega ao mercado com o valor sugerido de R$ 950, mas é
possível encontrá-lo em grandes varejistas por valores na faixa de R$
850. No entanto, há aparelhos mais baratos que entregam recursos
parecidos ou não muito distantes por menos, como o caso do Redmi 2 ou do
Zenfone 5. Mas, para quem não gostar destes modelos, o J5 é uma boa
pedida, mesmo um pouco mais caro.
Fonte: Olhar Digital