O representante da empresa norte-americana Uber no Brasil, Daniel
Mangabeira, defendeu durante audiência na Assembleia Legislativa do Rio
de Janeiro uma regulação do serviço de transporte urbano individual
oferecido pela companhia inspirado no modelo em vigor na Cidade do
México, em que o motorista cadastrado no aplicativo paga uma taxa para
financiar melhorias de outros modais.
A proposta de Mangabeira é
uma tentativa de amenizar a polêmica sobre o uso do aplicativo Uber no
Brasil e viabilizar a convivência pacífica do serviço com outros meios
de transporte.
Segundo ele, no México, a verba arrecadada a
partir do Uber será destinada a um fundo e aplicada na melhoria dos
serviços de trens, metrô, ônibus e até mesmo de táxis.
A capital
mexicana foi a primeira cidade latino-americana a aprovar regras para
serviços privados de transporte como o Uber. As regras, aprovadas em
meados de julho, incluíram uma taxa de 1,5 por cento do custo de cada
corrida.
Mangabeira afirmou que essa poderia ser uma forma de
convivência entre os meios de transporte mais tradicionais e aqueles
baseados em aplicativos, como é o caso do Uber.
"Mais
recentemente a gente teve a regulação na Cidade do México (...) e como
elemento da regulação há a exigência de uma cobrança de um tributo, uma
taxa específica, que seria revertida para um fundo público de
desenvolvimento urbano", disse Mangabeira durante a audiência realizada
nesta quarta-feira.
"Esse é o tipo de discussão que a gente pode e gostaria de ter aqui no Brasil e no Rio de Janeiro em particular", adicionou.
Na véspera, o Uber informou que possui 500 mil usuários no Brasil. A
divulgação ocorreu um dia antes de segunda votação de projeto que
restringe o serviço e aplicativos semelhantes na cidade de São Paulo.