Deixar o celular sempre com o último sistema operacional disponível,
tomar cuidado com downloads de aplicativos e ainda privilegiar o uso
das redes 3G, ou 4G, deveriam ser o mantra dos usuários de Android,
apontam especialistas.
Em 2014, 99% dos malwares para
dispositivos móveis foram desenvolvidos especialmente para os que
utilizam o sistema operacional ligado ao Google,
disse Eugene Kaspersky, diretor-executivo da empresa de segurança de
mesmo nome, na 5ª Conferência Latino-Americana de segurança digital.
Entre as dez maiores ameaças a dispositivos móveis detectadas na região
em 2015, todas são referentes ao Android.
Dessas ameaças, um
terço são de programas criados especificamente para roubar créditos de
usuários. "Os mais expostos são os usuários com planos abertos, pois
podem ter prejuízo astronômico", explica Dmitry Bestuzhev, diretor de
investigação e análises para América Latina. Para ele, as empresas de
telefonia deveriam assumir maior responsabilidade no combate a esse tipo
de ameaça, citando o caso da Rússia, onde o cenário só começou a mudar
quando o governo colocou sanções sobre as operadoras.
Apesar do
viés negativo, isso não quer dizer que o usuário Android terá de lidar
sempre com arquivos maliciosos. É preciso entender alguns pontos sobre
essa aparente fragilidade. "É o sistema operacional mais usado
globalmente. É aberto e tem menor controle de fontes dos aplicativos na
loja oficial (Google Play). Se levarmos em conta o Brasil, apenas 34%
dos usuários utilizam antivírus nos dispositivos móveis e o modelo de
atualização do Android está atrelado ao fabricante, ou seja, nem todos
os aparelhos recebem a versão mais atual do sistema operacional", lista o
analista sênior Fabio Assolini.
Portanto três regras são
importantes para usuários Android: deixar o celular o mais atualizado
possível e, consequentemente, mais protegido contra os diferentes tipos
de vírus; tomar cuidado com os aplicativos falsos, mesmo quando se
esteja navegando dentro da loja oficial; e, por fim, utilizar redes
wi-fi grátis com alguma desconfiança.
Ainda que a rede do
restaurante ou do café que você sempre frequenta tenha uma senha, é
possível que criminosos tenham controle sobre os dados de tráfego dela,
corrompendo o domínio DNS do roteador, por exemplo. Sendo assim,
privilegiar o uso do 3G (ou 4G) pode ser uma dica valiosa para se evitar
perder dados importantes de e-mails ou manter seguras conversas via
aplicativos como Facebook e Whatsapp.
Panorama geral da América Latina
Segundo o banco de dados da Kaspersky, Brasil, México, Colômbia, Peru,
Chile, Guatemala, República Dominicana, Costa Rica, Argentina, Paraguai e
Venezuela registraram 398.628.611 ameaças a usuários conectados à
internet nos últimos meses de 2015. Isso significa que foram registrados
20,1 incidentes por segundo nesses países.
O Brasil é o 18º
lugar no ranking mundial, com 31.4% dos usuários em rede impactados por
tentativas de ataques , ou 27.642.589 números de incidentes registrados.