O setor de Tecnologia da Informação deverá ter um crescimento de 7,3% em
2015, segundo projeções da Associação Brasileira das Empresas de
Software (Abes) em evento realizado nesta quinta-feira, 13/8, em São
Paulo. Se concretizada, será uma taxa maior que a de 6,7% alcançada em
2014. Será também mais que o dobro da média mundial prevista para 2015
de 3,43%, um índice, aliás, inferior que os 4,04% registrados em 2014.
No
entanto, tais indicadores, sustenta a ABES, devem ser lidos com
ressalvas. Os dados que suportam esta previsão foram colhidos pela IDC
no início deste ano e ainda podem ser impactados pela variação cambial.
Em 2014, a alta do dólar foi responsável por, em números absolutos,
recuar os investimentos em TI, apesar do crescimento porcentual.
De
acordo com os dados mostrados, que fazem parte do estudo IDC IT Black
Book, o presidente da Abes apontou que a indústria brasileira de
software registrou investimentos de US$ 60 bilhões em 2014, ficando na
sétima posição do ranking mundial. Em 2013, o montante foi de US$ 61
milhões. O investimento em TI no mundo foi de US$ 2,09 trilhões no ano
passado. Os números excluem as exportações.
Falando para
executivos do setor de TI, Jorge Sukarie, presidente da Abes, mostrou
otimismo. “Apesar da situação desafiadora que vivemos hoje no Brasil,
acho que temos grande oportunidade em tecnologia e seguir crescimento a
taxas maiores que a média mundial”, destacou. Para ele, nos próximos
três a cinco anos, veremos uma evolução tecnológica maior do que tivemos
últimos dez anos. Isto permitirá a criação de modelos de negócios
disruptivos. Sukarie mostrou um estudo da The Economist Intelligence
Unit que mostra que o Brasil vai permanecer como sétima economia mundial
em 2050. “É o único país que permanece na mesma posição.”
A
China sobe para primeiro lugar no ranking, seguido dos Estados Unidos,
Índia, Indonésia, Japão e Alemanha. Uma novidade é o México galgando
posições e se posicionando em oitava maior economia do mundo. “A
mensagem é que, independentemente de política e governo, o Brasil vai
continuar sendo uma das maiores potências do mundo. Seguramente este
momento de hoje vai passar”, disse, sinalizando que a área de TI vai
ajudar a fomentar o crescimento do País.
Dados do setor
No
ranking mundial de investimentos em TI, os Estados Unidos figuram no
topo da lista, somando US$ 679 bilhões, seguido pela China (US$ 201
bilhões). Imediatamente à frente do Brasil, a França, em sexta
colocação, teve US$ 73 bilhões de investimentos, mas um crescimento em
2014 em relação a 2013 foi de apenas 0,2%. Para Sukarie, o Brasil deve
passar a França e posicionar-se em sexto lugar no ranking de TI dentro
dos próximos cinco anos. Olhando para a América Latina, os investimentos
somaram US$ 129 bilhões, sendo que o Brasil representa 46%. Em segundo
lugar, o México representa 18% do total da região.
O setor
brasileiro de software somou US$ 11,4 bilhões, enquanto o de hardware
foi de US$ 34,8 bilhões e de serviços, US$ 13,8 bilhões. Considerando
apenas software e serviço, a taxa de crescimento foi de 9,7% em 2014 em
relação a 2013. O estudo também apontou que a participação da região
Sudeste caiu, sinalizando uma melhora na distribuição dos investimentos
no País.Em 2014, o Sudeste respondia por 60,67% dos investimentos, menos
que os 65% em 2012. Em contrapartida, Sul subiu de 12% para 14,53%; o
Nordeste de 8% para 10,11% e o Norte de 2% para 3,77%. Já o Centro-Oeste
recuou de 13% para 10,92% sua participação no total dos investimentos.
Fonte: Convergencia Digital