A disputa entre taxistas e a Uber pelos passageiros das
ruas do país continua a ter novos episódios. Hoje mesmo, por exemplo, a
presidente Dilma Rousseff vetou uma lei que prejudicaria o serviço do aplicativo no Brasil.
Um taxista de Belo Horizonte (MG), no entanto, adotou uma
manobra diferente para conquistar clientes: tratá-los melhor. Desde o
início das operações da Uber na cidade, Marco Antonio Pereira diz já ter
incorporado ao seu táxi barrinhas de cereal, bombons e garrafas de
água, que ele oferece aos clientes, além de revistas e jornais para ler
durante a viagem.
Ao Olhar Digital, Pereira disse que seu
principal desejo é “trabalhar tranquilo e agradar os clientes” para, com
isso, “mudar a imagem que a população tem de nós [taxistas]”. A postura violenta
de alguns taxistas ficou evidente recentemente quando um casal que
embarcava em um carro da Uber foi agredido por taxistas na capital
mineira. Em seguida, o aplicativo ofereceu corridas gratuitas por um dia a usuários da cidade.
Pereira, que não é dono do carro que dirige e paga uma
diária para poder usá-lo, diz ser contra atitudes violentas e acredita
que “tem espaço para todos” nas ruas da cidade. Além das revistas e
bombons que oferece aos clientes, ele diz que começou também a “se
vestir melhor e ser mais educado” com seus passageiros para melhorar o
serviço que presta. Com o avanço da concorrência, acredita, “a gente
[taxistas] precisa fazer alguma coisa pra atrair os clientes”.
O taxista não emite opiniões sobre a Uber, pois diz não
conhecer bem o aplicativo que agrega motoristas particulares. No
entanto, sugere que seu funcionamento deva ser legalizado, para que
alguma forma de fiscalização possa ser incorporada ao serviço,
beneficiando tanto os usuários quanto os motoristas. Pereira considera
que os motoristas do aplicativo, antes de mais nada, “também são pais de
família e precisam trabalhar”.
Desde que incorporou as melhorias a seu carro, o taxista
diz ter recebido “muitas mensagens positivas de clientes e muito
serviço”. No entanto, ele não sabe ainda se poderá manter o novo esquema
de trabalho pois trabalha para a empresa BH Trans, que vistoria os
carros e motoristas e pode não aprovar as alterações.
Pereira não crê que será prejudicado por sua atitude, mas
diz que, ainda que solicitem que ele desfaça as melhorias que promoveu
no veículo, continuará buscando outras maneiras de atender bem seus
clientes.
O motorista também não tem nenhum relacionamento com o
sindicato local de taxistas, e não sabe ainda qual é a postura da
organização com relação à sua iniciativa. Acredita, porém, que a
organização reagiria positivamente ao saber de sua atitude.
Fonte: Olhar Digital