O Windows 10, lançado hoje, traz uma série de novidades
ao sistema operacional da Microsoft, como o navegador Microsoft Edge e
os desktops virtuais. Muitas delas, como a Cortana e o recurso
Continuum, são facilmente visíveis e imediatamente interessantes.
Mas uma novidade importante que pode ter passado batido
para muitos usuários é o DirectX 12. Trata-se da nova versão da suíte de
APIs de multimídia para a plataforma da Microsoft, e um dos principais
motivos pelos quais os PCs ainda oferecem, muitas vezes, as melhores
experiências para gamers.
Se você costuma jogar no computador, com certeza já ouviu
falar em DirectX, mesmo que você não tenha nem ideia do que ele é. Ele
permite que o Windows acesse os recursos de vídeo do hardware do seu
sistema, sejam eles recursos integrados da placa-mãe ou placas de vídeo
dedicadas, e independentemente das marcas dos componentes.
Se tudo isso parece excessivamente complicado, não se
preocupe e continue lendo. Abaixo, explicamos o que é o DirectX, por que
ele é importante, e o que o DirectX 12 traz de novidades. Confira.
Língua franca das placas de vídeo
Rodar um jogo exige bastante do PC. É necessário carregar
as fases, os personagens, os sons, as possíveis interações dos
personagens com o mundo do jogo, entre muitas outras tarefas. E quanto
mais complexos forem essas fases, personagens, sons e interações, mais
exigente o jogo é.
Os desenvolvedores de jogos sabem disso, e sabem que
precisam criar seu game dentro das limitações das máquinas mais comuns
no mercado. Sabem que os processadores A, B e C, associados às placas de
vídeo X, Y e Z serão capazes de realizar todos os cálculos necessários
para rodar o jogo em uma taxa de quadros aceitável.
Existem, no entanto, centenas de placas de vídeos e
processadores diferentes, e as combinações possíveis entre elas são
simplesmente numerosas demais (sem falar de outros componentes). Se os
jogos precisassem ser programados individualmente para cada uma dessas
combinações, dificilmente haveria tantos jogos no mercado atualmente.
O DirectX é o que impede que isso seja necessário. Ele
oferece aos programadores uma maneira única de “falar” com o hardware
dos dispositivos em que está instalado. Graças a ele, os programadores
conseguem utilizar os recursos de todos os componentes (compatíveis) do
mercado sem precisar aprender as instruções específicas de cada um
deles.
A primeira versão do DirectX foi desenvolvida entre 1994 e
1995 pela Microsoft. A empresa começou a trabalhar nela durante o
desenvolvimendo do Windows 95. Isso porque o Windows 95 restringia o
acesso dos programadores a diversos recursos de hardware dos sistemas.
Isso exigia que gamers utilizassem o MS-DOS para instalar,
configurar e jogar alguns jogos. E a Microsoft, que pretendia fazer do
Windows 95 o sistema operacional dominante, viu a necessidade de
corrigir esse problema. O DirectX foi essa correção. Com o tempo, ele
foi atualizado para se tornar cada vez mais fácil de se utilizar, e para
funcionar cada vez melhor com uma variedade cada vez maior de
componentes.
Vale notar, no entanto, que ele é exclusivo da Microsoft. E
esse é o motivo pelo qual jogos para Windows são tão mais comuns que
jogos para Mac ou para Linux. Como esses sistemas operacionais não
possuem DirectX, é necessário utilizar uma alternativa de código aberto,
como o OpenGL, para se comunicar com o hardware de computadores que não
possuem o sistema operacional da Microsoft.
O principal objetivo do DirectX 12 é oferecer um desempenho
melhor em aplicações visuais por meio de um processamento mais
eficiente. Em outras palavras, componentes compatíveis oferecerão
desempenhos melhores e, ao mesmo tempo, gastarão menos energia.
E a lista de componentes compatíveis deve ser bem grande.
Isso porque o DirectX 12 será retrocompatível com o DirectX 11. Em
outras palavras, se a sua placa de vídeo era compatível com o DirectX
11, ela poderá se beneficiar de muitos dos recursos da nova versão (mas,
provavelmente, não todos).
Um dos focos da nova versão do DirectX são os sistemas
menos potentes, como PCs mais antigos e notebooks que não possuem placas
de vídeo dedicadas. Mesmo componentes de vídeos integrados em
placas-mãe receberão melhorias de desempenho com a atualização. Numa
época em que vídeos e jogos 4K estão se tornando cada vez mais
populares, esse foco deve beneficiar muitos usuários.
Outra das principais novidades da nova versão foi chamada,
pela Microsoft, de “Multiadapter”. graças a essa novidade, será possível
dividir melhor as tarefas de processamento gráficos dos jogos entre os
componentes disponíveis.
Ela permitirá, por exemplo, que gamers utilizem os recursos
de processamento gráficos integrados da placa-mãe para dar uma forcinha
extra para a placa de vídeo, ou que placas de vídeo de fabricantes
diferentes sejam instaladas e usadas lado a lado.
Xbox One
Como não poderia deixar de ser, o Xbox One será compatível
com o DirectX 12, e gamers que possuem o console devem começar a notar
melhorias em sua performance durante atividades na dashboard quando a
atualização chegar.
Os jogos lançados para o console no futuro também deverão
mostrar um desempenho melhor. Um dos motivos que faziam com que alguns
jogos rodassem no Xbox One em resoluções inferiores àquelas em que
rodavam no Playstation 4 é a dificuldade que os programadores tinham em
acessar um dos componentes do console, chamado de eSRAM (embedded static
RAM).
A interface oferecida aos programadores para utilizar a
eSRAM do Xbox One era considerada bastante problemática. O DirectX 12,
no entanto, trará uma nova interface, que deve tornar a utilização desse
componente por programadores mais simples e melhorar a performance dos
jogos.
Fonte: Olhar Digital