A Lei de Moore é um dos pináculos da tecnologia moderna e tem ditado o
ritmo de inovação da indústria desde os anos 1960, mas parece ter
finalmente chegado a um limite. Quem reconhece isso (de forma
silenciosa, é verdade) é a Intel, que não conseguiu mais seguir seu
calendário ao anunciar que sua próxima geração de processadores continuará usando o processo de 14 nanômetros.
Antes de tudo, o que é a Lei de Moore. Em 1965, Gordon Moore,
fundador da Intel, observou que o número de transistores em chips
deveria dobrar a cada dois anos. No entanto, a companhia parece não ser
mais capaz de cumprir o calendário.
A Intel mantém um calendário apelidado de “tick-tock”: no ano do
“tick”, a companhia introduz uma diminuição no processo, enquanto no ano
do “tock”, há uma otimização do design e da arquitetura. O último
“tick” aconteceu em 2014, com a chegada das CPUs Broadwell e do processo
de 14 nm; o próximo “tock” acontecerá neste ano, com os chips Skylake.
Assim, 2016 deveria ver um novo “tick”, o Cannonlake, com uma nova
diminuição de processo para os 10 nanômetros, mas a companhia optou por
manter os 14 nm pelo terceiro ano seguido com a nova família Kaby Lake,
deixando a redução para 2017.
O CEO Brian Krzanich explica que as últimas duas últimas transições
de tecnologia dão a entender que a nova cadência está mais próxima de
2,5 anos do que dos 2 anos citados originalmente por Moore. No entanto,
ele rejeita a tese de que a lei está caindo por terra, informando que a
Intel já “refutou a morte da Lei de Moore muitas vezes no passado”,
embora o ritmo de evolução esteja declinando. A empresa já havia tido
problemas para saltar dos 20 nm para os 14 nm.
Com o processo de 10 nanômetros agora previsto para 2017, a Intel está
se aproximando do limite do que o silício pode oferecer como
material-base para a produção de chips. A própria empresa já avisou que
para ir além disso, precisará encontrar novos materiais. A Intel já
começou a discutir processadores com tecnologia de 7 nanômetros e admite
que deixar o silício é uma necessidade. A IBM chegou recentemente à
marca dos 7 nm, mas precisou usar uma liga de silício e germânio.
Fonte: Olhar Digital