Alvo de várias queixas de parlamentares da Comissão de Defesa do
Consumidor da Câmara dos Deputados, o bloqueio das conexões à internet
ao fim das franquias na telefonia móvel foi uma medida defendida pela
Anatel como uma adaptação do modelo de negócios das empresas à forte
demanda sobre as redes de telecomunicações.
“O que as empresas fizeram foi mudar o modelo de
negócios. Só que erraram na comunicação. Mas do ponto de vista do modelo
de negócios, a Anatel não viu nada de errado. As empresas estão
alinhadas com o que acontece no mundo”, sustentou o vice-presidente da
agência, Marcelo Bechara e, audiência realizada nesta terça-feira,
14/07.
“No setor móvel pessoal temos pelo menos quatro
grandes empresas no Brasil, Vivo, Tim, Claro e Oi. É um modelo
competitivo e nele a gente deixa a competição acontecer, não regula o
modelo de negócios. A Nextel, por exemplo, não bloqueia [ao fim da
franquia] e está ganhando consumidores”, insistiu o conselheiro.
Para parlamentares presentes a audiência pública na
CDC, no entanto, houve abusos das operadoras ao terem prometido
conexões “ilimitadas” aos clientes. “No momento em que as empresas
prometeram aos clientes acesso ilimitado, houve publicidade enganosa”,
resumiu o deputado Marcos Rotta (PMDB-AM).
Para Bechara, “a forma como isso vinha sendo
tratado do ponto de vista publicitário não era a mais correta, mas os
planos de dados devem ser adaptados à realidade para não atrapalhar quem
está dentro da franquia. Era ilimitado, mas a velocidade reduzida não
dá a verdadeira experiência de navegação de internet”.
Fonte: Convergencia Digital