Foram
comercializados 14.1 milhões de smartphones no primeiro trimestre de
2015, ou seja, 33% a mais na comparação com o mesmo período do ano
passado, e 1.2 milhão de feature phones, queda de 54%, revela pesquisa
da IDC. Segundo a consultoria, esse resultado não deverá se repetir nos
próximos trimestres por conta da baixa atividade econômica e da alta do
dólar.
“Tradicionalmente, o primeiro trimestre não é um dos mais fortes para
o mercado. Neste ano, mesmo com a atual conjuntura econômica, com taxa
de juros e inflação alta e desemprego, o resultado foi positivo”, afirma
Leonardo Munin, analista de pesquisas da IDC Brasil, que atribui esse
movimento a dois fatores: a alta do dólar obrigou os fabricantes a
fazerem um primeiro repasse de preços no começo do ano e outro em março;
e o canal de vendas que já sabia desta possibilidade e antecipou as
compras.
Outra constatação do estudo da IDC é de que os preços dos aparelhos
intermediários ficaram de R$ 30 a R$ 60 mais caros, e os tops de linha
tiveram aumento de R$ 100 a R$ 200. “Isso acontece devido à alta do
dólar e ao fato e o Brasil não ser um País que tem insumos suficientes
para atender a demanda e, por isso, exporta muitas peças”, avalia Munin.
Em relação à faixa de preço, os smartphones intermediários - que custam
entre R$ 450 e R$ 999 - foram os mais vendidos e o ticket médio ficou
em R$ 790.
O
varejo ganha destaque no estudo da consultoria. As operadoras, que até
então ocupavam o posto de principal canal de vendas, estão oferecendo
cada vez menos subsídios para o consumidor, que está migrando para o
varejo físico e online. “O fluxo de vendas nos varejos tradicionais
continua forte. Notamos também um grande crescimento de lojas e
quiosques das próprias marcas, que possuem uma alta produtividade por
metro quadrado fornecendo ao usuário um atendimento mais direcionado e
especifico, tornando o consumidor mais propício a realizar sua compra”,
destaca o analista.
Para 2015, a IDC Brasil previa vendas de 63.5 milhões de smartphones.
Com o cenário de crise, porém, a expectativa caiu para menos de 58
milhões de celulares inteligentes. "Não vemos possibilidade de voltarmos
a uma projeção maior. Pelo contrário, ainda podemos prever algo mais
baixo. Uma alternativa para os fabricantes é convencer quem tem um
feature phone a comprar um smartphone e quem já tem um celular
inteligente intermediário optar por um modelo mais top de linha”. Hoje, o
Brasil ainda tem uma base instalada muito grande de feature phones -
pouco mais de 45% da população ainda tinha esse tipo de celular até o
fim de 2014.
Fonte: Convergencia Digital