O autônomo Bruno França, 26, foi surpreendido ao receber a fatura do
mês de março de seu telefone móvel. Não pelo valor da cobrança, mas
pelo "insulto" --como ele mesmo definiu-- exposto no campo de dados
pessoais da conta. Abaixo do nome e do endereço, a seguinte frase em
letras garrafais: "cliente mal educado".
"Parece uma piada",
disse França. Segundo ele, a ofensa pode estar relacionada a um contato
que teria feito com a central de atendimento da Claro no início de
março. "Estava há bem mais de 48 horas sem conexão com a internet e já
tinha ligado algumas vezes para cobrar uma solução. A única reposta que
tinha é: aguarde 24 horas ou por mais 48 horas", contou.
No
último contato telefônico, o autônomo afirma ter pedido um protocolo de
atendimento, mas a funcionária se negou a passar ao alegar falta de
sistema. "Pedi, então, para falar com um supervisão, que, segundo ela,
não estava no momento. Aleguei que procuraria os meus direitos e não é
que ela disse para que eu ficasse bem à vontade? No fim, acabou
desligando na minha cara."
Cliente da Claro há dois anos, França
diz acreditar que a atendente teria agido de "má fé" ao alterar os seus
dados cadastrais no sistema. "Não sei o que realmente se passou na
cabeça dela. Em nenhum momento fui grosseiro, rude ou mal educado,
estava apenas exigindo meus direitos. Só esperava uma solução ao meu
problema."
Solução que o cliente só foi ter após registrar uma reclamação no
site da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações). Para ele, tudo
parecia ter sido resolvido, até que recebeu a "fatídica" cobrança. "Me
senti insultado", relata o morador de São João da Barra, no Rio de
Janeiro, que já entrou em contato com um advogado para entrar com uma
ação contra a operadora por danos morais.
O cliente, no entanto,
não pretende romper o contrato que tem com a operadora. "Estou
satisfeito com a prestação de serviço, o problema está na central de
atendimento", acrescentou ele.
Em nota, a Claro informou que
"realiza treinamentos constantes em todos os pontos de contato com os
seus clientes, buscando a excelência no atendimento. A operadora
esclarece que já está analisando o caso em questão."
O caso de França não é único. No início desse ano, um cliente da Vivo também protagonizou situação similar. Nos Estados Unidos, uma operadora mudou o nome de consumidora para "super cadela" em cobrança.
Fonte: Uol