Os 100 bilhões de dispositivos que poderão estar conectados à internet
no ano de 2020 gerarão desafios de enormes proporções aos provedores
mundiais, especialmente na América Latina, projetam os cálculos do grupo
francês de telecomunicações Alcatel Lucent e os Laboratórios Bell.
"São desafios enormes que requerem as melhores soluções", explicou
nesta segunda-feira (30) em entrevista à Agência Efe Javier Eduardo Rey,
vice-presidente de vendas para a América Latina do grupo, que
considerou que as necessidades das empresas de comunicação crescem a
cada dia e o mercado não foi suficientemente ágil e inovador para
satisfazê-las.
Um cenário que, segundo a companhia, exigirá um
serviço de vídeos sob demanda dez vezes mais rápido que o atual, assim
como servidores robustos que deverão abrigar milhões de dados de cerca
de 7 bilhões de usuários de diferentes dispositivos, como telefone
celulares, computadores, e, principalmente, a "internet das coisas".
Para atender a esse crescimento, número que supera amplamente a
população mundial, os provedores deverão garantir "estratégias
confiáveis" que possibilitem superar os eventuais contratempos, de
acordo com a companhia francesa.
Os principais obstáculos estão
nos próprios sistemas das empresas. Os usuários exigirão maior
conectividade e acesso mais simples à informação sem se importar com sua
localização geográfica.
"Há soluções no mercado, mas elas foram criadas para certas necessidades
que, quando têm que dar um suporte maior, não funcionam", afirmou Rey,
que apontou o crescimento do mercado na América Latina.
"É a
região que mais cresce no uso das redes sociais e onde mais se demanda
por soluções, como no serviço de vídeos que exigem ainda mais das
redes", explicou o executivo, que não descartou que grande parte dos
equipamentos conectados na internet no futuro tenha origem
latino-americana.
Nesse sentido, a empresa de consultoria
francesa afirmou que essas particularidades representam um desafio maior
para região e recomendou "assegura que as redes, a tecnologia e as
soluções de comunicações sejam suficientemente robustas, escaláveis e
dinâmicas para enfrentar o crescimento do número de conexões".
"As empresas latino-americanas não estão preparadas. O pior é que muitas
delas pensam estar preparadas e não estão", criticou Rey.
Um
dos problemas está nos erros na segurança dos dados dos usuários na
internet, uma possibilidade da qual nenhuma das companhias está isenta e
que requer "uma melhor arquitetura da rede para garantir o acesso à
informação".
"Nossa principal recomendação passa por não
subestimar o impacto, cada vez maior, da necessidade de seus empregados e
clientes de ter acesso à informação e conteúdos de forma remota com a
mesma qualidade de serviço e experiência da mesma forma como se
estivessem sentados em seus escritórios", acrescentou executivo.
Rey destacou também o papel dos governos no processo e classificou sua
contribuição como "fundamental" porque aumentar a conectividade e
estabelecer o conceito de cidades inteligentes "não só requer o suporte e
o impulso estatal, mas também incentivos fiscais e regulatórios para se
tornar viável a longo prazo".
"Redes dinâmicas, flexíveis e
escaláveis que facilitem as conexões quase infinitas para os usuários.
Sistemas virtualizados para que sejam de fácil administração são a
resposta aos desafios atuais", concluiu o vice-presidente da Alcatel
Lucent.
Fonte: Uol