O Google quer ajudar ONGs brasileiras, padronizando as ferramentas de
comunicação e diminuindo gastos das entidades através do projeto Google
para Organizações sem Fins Lucrativos. Lançado nesta quarta-feira (10) o
programa dá acesso gratuito às ferramentas e extensões de negócios
(serviços pagos) da companhia, como YouTube Premium e Gmail com domínio
da organização. Além disso, a empresa oferecerá U$10.000 mensais para
uso no AdWords. O programa não tem limite de inscritos e beneficiados,
mas é necessário comprovar a elegibilidade e o registro da entidade a
ser beneficiada.
O projeto teve início em 2011 nos Estados Unidos e é o 14˚
programa para organizações sem fins lucrativos lançado fora dos Estados
Unidos. No Brasil ele é feito em parceria com a TechSoup Brasil, um
portal de tecnologia para ONGs.
Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, afirma que a empresa se
preocupa em ajudar a sociedade. “A democratização do acesso fará da
nossa sociedade melhor, seremos mais caridosos, mobilizados e
articulados. Melhor em todos os sentidos”, disse. Segundo ele, a
tecnologia do Google ajudará na melhoria das operações destas
organizações, fazendo elas alcançarem mais doadores e voluntários, além
de melhor difundir seus ideais, cortando custos e causando um impacto
maior na sociedade.
Fábio Coelho, presidente do Google Brasil, durante lançamento do projeto. Foto: Google
As ferramentas oferecidas pela iniciativa já são comuns para
empresas, mas não são gratuitas. O Google oferecerá os mesmo serviços,
incluindo o suporte 24h por dia, sete dias por semana que fornece às
empresas sem nenhum valor adicional para as organizações. Elas terão
acesso ao YouTube Premium, que permite, por exemplo, que um
Google Livestream, serviço para vídeos ao vivo, seja feito — uma
organização poderia fazer um chat em vídeo ao vivo para divulgar os
valores da empresa ou explicar como alguém pode se tornar um voluntário,
por exemplo. E isso sem nenhum custo adicional.
Além do Livestream, as organizações também terão acesso ao Gmail com o
domínio da empresa (sem limite de usuários), mais espaço para o Google
Drive, entre outros.
Entretanto, o mais interessante destes serviços são os U$10.000
dólares que a empresa disponibilizará no AdWords para as organizações.
Desta forma, elas poderão alcançar mais voluntários e doações — e as que
obtiverem bons resultados serão premiadas com mais U$30.000 mensais,
somando U$40.000 dólares por mês para divulgar a entidade.
A Worldfund, organização sem fins lucrativos que auxilia no ensino da
língua inglesa e de aplicação de outras disciplinas de forma não
convencional em escolas da América Latina , foi a escolhida para
exemplificar como as ferramentas do Google podem melhorar o dia a dia da
entidade.
Kelly Maurice, diretora da filial brasileira, afirma que os projetos
se tornaram muito mais integrados graças às ferramentas e custos com
ligações internacionais foram eliminados a partir do momento que o
Hangouts se tornou padrão. “Foi muito inovador, poupou muito dinheiro e
aumentou a produtividade”, conta. Ela explica que o Hangouts, serviço de
mensagens instantâneas do Google, auxiliou no corte de gastos. Ao
padronizar o uso dele em todas as filiais do mundo, a entidade eliminou o
custo com ligações internacionais.
Paulo Rogério Nunes, representante do Instituto Mídia Étnica,
organização cujo objetivo é divulgar notícias relacionadas à cultura
afro na mídia, veio diretamente de Salvador para conhecer a iniciativa e
acredita que ela pode servir de exemplo para outras empresas. “No
exterior é comum este tipo de projeto no qual grandes empresas não
buscam lucro, mas o retorno social”, diz. “No Brasil este tipo de coisa
ainda engatinha, então, eu espero que esta iniciativa do Google abra
portas para outras empresas seguirem os mesmos passos”.
Não há limite para inscritos e nem hora para o programa acabar — é
preciso apenas comprovar os registros sociais da entidade para aderir ao
programa. Para se inscrever, é preciso fazer um cadastro com a TechSoup Brasil, para depois se cadastrar no Google para Organizações sem Fins Lucrativos.
Fonte: Gizmodo