CSI: CYBER É UMA SÉRIE TECNOLÓGICA INCOERENTE E PARANOICA
3/6/2015
CSI: Cyber não é um bom programa de televisão. É banal e
paranóico. Mas vamos lá, isso não é surpresa para ninguém. Este é o tipo
de série que usa hackers no estilo web 1.0 e gráficos
pixelizados para representar o mundo digital. Aqui está outra coisa que
você deve saber: ela é muito ruim, mas provavelmente vai fazer sucesso
com quem não entende nada de tecnologia.
O primeiro episódio é, basicamente, um louvor a maneiras criativas de prender bandidinhos usando a internet.
Sério, é um negócio muito desajeitado. Demora menos de um minuto para
uma senhora começar a gritar “Eles levaram meu bebê!”. Logo depois, há
um caso de leilão online de bebês (!) e as pessoas estão roubando bebês
por meio da invasão dos monitores natais. É tudo incrivelmente
complicado, histérico, e gloriosamente irrealista, mas fica ainda pior
quando você conhece a super-equipe de ciber-investigadores que estão no
caso.
Os personagens são um amálgama feito para não desagradar executivos
de TV de estereótipos envelhecidos e nada humanos — a chefona, o cara
durão recentemente aposentado, o colega sabichão e bonitinho. A
narrativa parece ter sido escrita por alguém que digitalizou um artigo
da Wired de 2011 e, em seguida, preencheu um roteiro genérico de CSI, só que encaixando alguns pesadelos cibernético-criminais.
Nós conhecemos a equipe, que inclui A Vencedora Do Oscar™ Patricia
Arquette como a acima mencionada lady chefona Agente Especial Avery
Ryan, com uma vingança pessoal contra hackers (eles roubaram seus
segredos “no início da internet”, palavras dela, não minhas). Ela dá
instruções supercomplexas à sua equipe como “Encontre os computadores.
Entre neles. ”
Tem também James Ah Dawn Wahnt, Ur Lahf
Van Der Beek como um gamer chamado… agente Elijah Mundo (um nome muito
real que você encontra por aí aos montes) e Shad Moss, o artista
anteriormente conhecido como Lil ‘Bow Wow, como um hacker ex-presidiário
que foi forçado a fazer as pazes com a lei, e também forçado a usar
roupa social, aparentemente. Sabemos que ele é um hacker malandro porque
ele usa o poder do rap para adivinhar uma senha de 20 caracteres na
primeira tentativa. Há também “o melhor hacker bonzinho do mundo“,
que é uma caricatura de nerd (interpretado por Charley Koontz). Sabemos
que ele é bom em computadores, porque ele resolve coisas como “O que há
de errado com seu código-fonte?” de primeira. Peter MacNicol também
está lá, e ele odeiaaaaaaaaa o cibercrime.
Mas sabe o que é pior? Sabe quando Ice-T aparece em Law and Order: SVU e só fala o óbvio? Cada personagem nesta série é um Ice-T.
É uma série sobre tecnologia feita para tiozões que ainda acham que a
Internet™ vem em CDs da AOL. Um diálogo real: “Tem um cara ruim lá
fora, que encontrou o ponto fraco em seu código-fonte e montou sua
própria rede de lojas online para vender bebês.”
Eles basicamente jogam conceitos como trojans de acesso remoto e
esperam que quem está assistindo fique satisfeito com as ideias de
cibercrime que o termo evoca, mas sem tomar o cuidado de que a trama
supostamente tecnológica faça sentido ou que a tecnologia usada pareça
real.
Assim como fast food não é de jeito nenhum uma boa comida e faz mal
para você e, provavelmente, para todo mundo por um monte de motivos, CSI: Cyber
é uma coisa sem graça, estereotipada, cuspida pelas grandes
corporações, uma porcaria que não deixa de ser extremamente
reconfortante e divertida para matar umas horinhas numa sala de espera
ou no seu fim de noite. Se você gosta de dramas de investigação cheios
de quebra-cabeças que não fazem sentido, não vai arrancar pedaço dar uma
olhadinha
Fonte: Gizmodo
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