Uma das expectativas do Mobile World Congress 2015, o maior evento
de tecnologias móveis, realizado em Barcelona (Espanha), era a
apresentação de unidades do Project Ara, o "celular Lego" do Google. No
entanto, tudo que a empresa norte-americana Yezz, que cria "peças" para
esses aparelhos, trouxe ao evento foi uma versão do dispositivo com uma
série de módulos e uma tela que não funciona.
"O Google diz que
ainda está fazendo testes de software. Por isso, não podemos mostrar um
funcionando", disse uma das promotoras da companhia norte-americana
localizada em Miami e que é especializada em vender smartphones baratos.
Apesar de não estar funcionando, a empresa deu alguns detalhes sobre
como funcionará o projeto de smartphones modular idealizado pela gigante
das buscas.
O Project Ara deve ser pensado como a montagem de
um computador de mesa. A partir de um esqueleto (como se fosse um
gabinete), o usuário pode ir montando a configuração que quer: memória,
câmera, capacidade de armazenamento, bateria ou se quer, por exemplo,
usar um sistema de carregamento solar.
Até a tela poderá ser
personalizada. O usuário, se quiser, pode ter duas: uma para uso
convencional e outra e-ink (display usado em leitores digitais, como o
Kindle) para leitura no smartphone.
Os módulos serão vendidos
separadamente e são fixados como se fosse um quebra-cabeça grudado com
ímãs. A Yezz também disse que todos os módulos poderão ser trocados com o
smartphone em uso. A única exceção é um que eles chamam de APU
(Application Processing Unit), a peça responsável pelo funcionamento dos
"pedaços" do telefone.
O Project Ara ainda está em fase de
desenvolvimento e busca mais empresas parceiras para trabalhar em
módulos. A única certeza sobre ele é que o Google começará a vender
algumas unidades em Porto Rico para testes ainda em 2015 --a Yezz espera
que seja durante o verão no Hemisfério Norte (entre fim de junho e
setembro).
Se comprar um smartphone que vem pronto da fábrica já
gera dúvidas nas pessoas, imagine só o trabalho que vai ser vender um
aparelho "self-service". A ver como os porto-riquenhos vão lidar com o
Project Ara e se há espaço para esse novo formato de montar seu próprio
telefone.