Por mais que o Brasil seja um ponto de interesse forte da indústria
de smartphones, existem muitas empresas criando produtos interessantes
que jamais chegarão às prateleiras das nossas lojas. Ninguém representa
melhor esta categoria de empresas do que a HTC, aclamada por seus
celulares top de linha, que não são, nem serão, lançados no Brasil.
Tivemos a oportunidade de testar o recém-apresentado HTC One M9,
revelado oficialmente no último domingo, 1, e pudemos atestar: é uma
pena que a companhia asiática tenha desistido de manter seus negócios
por aqui.
O aparelho se mantém praticamente idêntico visualmente à versão do
ano passado, mas isso não pode ser considerado uma coisa ruim,
principalmente quando tão poucos smartphones nesta indústria causam
tanto impacto positivo aos olhos.
Para uma comparação familiar com o mercado brasileiro, a traseira do
HTC One M9 se assemelha bastante ao LG G3, com a diferença que a LG usa
plástico com textura para imitir metal escovado, enquanto a HTC utiliza
metal real, que causa uma impressão muito boa tanto para a visão quanto
para o tato.

O celular tem uma tela compatível com a média dos tops de linha no
mercado, 5 polegadas, mas se destaca por não parecer tão grande na mão
por causa das pequenas bordas em torno do display, facilitando a pegada.
A curvatura da traseira, também faz com que ele se encaixe muito bem na
mão, como acontece no caso do Moto X.
Por dentro, ele comprime tudo que há de mais potente no mercado de
chips e placas para smartphones no momento, como o Snapdragon 810,
processador octa-core de 64 bits, 3 GB de memória RAM, que garantem um
bom desempenho para o Android 5.0 (Lollipop) rodando no dispositivo. O
aparelho também conta com 32 GB de armazenamento interno, com o ponto
positivo de aceitar cartão microSD de até 128 GB. As empresas estão
abandonando essa alternativa aos poucos, e é bom encontrar companhias
que ainda dão essa opção ao consumidor em seus tops de linha.

De um modo geral, o Android em sua versão mais pura costuma ser nossa preferência no Olhar Digital
sobre qualquer customização de fabricantes. No entanto, a HTC faz um
bom trabalho em trazer informações contextuais para a interface do
celular, chamada de HTC Sense, além de ser uma de trazer um visual
bastante elegante para o smartphone.
O display de 1080p parece um pouco datado quando comparado ao que
Samsung e LG estão fazendo, apostando em um número cada vez maior de
pixels comprimidos na tela. No entanto, a diferença é realmente nula aos
olhos.
O único ponto fraco, até o momento, é sua câmera, algo que a HTC tem
tido problemas há algum tempo. A companhia abandonou a tecnologia
proprietária UltraPixel, que compensava o fato de o sensor traseiro de
apenas 4 megapixels, para seguir a indústria com um sensor traseiro de
20 MP. Os resultados, no entanto, não estão muito bons quando comparado
com outros tops de linha da Microsoft, Samsung e Apple, resultando em
fotos pobres em detalhes, com ruídos e baixo desempenho em situações de
baixa iluminação.