Segundo um estudo conduzido na universidade de Portsmouth, mais de 80% do tráfego na "dark net", ou internet obscura, é gerado por visitas a sites com conteúdo relacionado a abuso de crianças. O pesquisador Gareth Owen, responsável pela pesquisa, analisou por um período de seis meses os dados de tráfego para sites que utilizavam a tecnologia Tor, para descobrir quais eram os mais populares. O resultado foi apresentado no Chaos Computer Congress, na Alemanha.
Owen diz que sua visão inicial sobre a dark net era positiva, porém, os resultados do estudo mudaram sua compreensão sobre o assunto. Enquanto os sites com conteúdo pornográfico infantil correspondem apenas a 2% dos aproximadamente 45 mil links escondidos na internet obscura, o resultado apresentou que 83% das visitas "orgânicas" (desconsiderando tráfego de bots) iam direto a estes endereços.
O TorProject, responsável pela criação e manutenção do navegador Tor, publicou uma nota em resposta ao resultado da pesquisa, declarando que a informação levantada é inconclusiva, pois não há um número de sites constante.
"Há muita movimentação nos serviços ocultos, então a maioria dos sites caíram durante o período de avaliação. Os números só mostravam informações sobre sites que ainda estavam de pé muitos meses depois, o que pode significar tanto o acesso à pornografia infantil. Porém, também pode significar que tais páginas duram mais que outras."
Em relação à afirmação do TorProject, o pesquisador responde em entrevista à Wired:
Nós não conhecemos a causa dos grandes índices de visitação [de sites de pedofilia] e não podemos garantir que correspondem à visitas humanas. É preciso cuidado na hora de tomar conclusões sobre os resultados de pesquisas.
Fonte: Adrenaline